Apesar de ser “ficha limpa” e não restrição à candidatura, André desistiu de ser candidato a governador pela terceira vez após ter os pedidos de liberdade negados pela Justiça. O ex-governador é réu em duas ações penais da Operação Lama Asfáltica e continua sob investigação por liderar suposta organização criminosa responsável pelo desvio de mais de R$ 300 milhões dos cofres estaduais.
“Tiraram o direito de escolha do povo em votar em mim, mas eu digo, os candidatos que me representam: Junior Mochi, Senador MOKA 151 e Delcídio do Amaral! Votando nesses candidatos, vocês estarão defendendo o meu legado e meu nome!”, postou no Facebook neste domingo.
Como o ex-governador está preso, a postagem foi feita pela sua assessoria. No Centro de Triagem, onde está detido ao lado do filho, o advogado André Puccinelli Júnior, ele pode receber a visita de familiares e dos advogados.
Em seis horas, a postagem do ex-governador foi curtida por 82 e amada por 10 dos seus 80 mil seguidores na rede social. Uma das curtidas foi feita pela candidata a deputada federal Andréia Olarte (MDB), mulher do ex-prefeito Gilmar Olarte e ré por ocultação de bens e lavagem de dinheiro.
A maioria dos comentários é de apoio a André. “Tamos junto governador”, escreveu um. “Deus abençoe o Sr. Dr. André”, afirmou outra. “To junto só o presidente #17”, postou outro, defendendo o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL).
Alguns eleitores reagiram a indicação de voto em Delcídio, que foi adversário de Puccinelli na disputa do Governo em 2006. “No Delcídio não, nos outros pode ser”, ponderou um eleitor. Pelo menos outros três questionaram o ex-petista.
A ficha de Delcídio no PTC foi abonada na presença de André. O ex-senador adotou a estratégia de só se inscrever no último minuto para evitar questionamentos e garantir a inclusão de seu nome na urna eletrônica.
O ex-governador se considera injustiçado com a prisão. A defesa alega que não existem indícios de que houve a prática dos crimes após André deixar a administração estadual em 31 de dezembro de 2014. Sobre a acusação de ocultação de provas em quitinete do Indubrasil, o argumento é de que o material depositado no local era velho e sem qualquer serventia para a investigação.
Logo o advogado Rodrigo Souza e Silva, filho do governador Reinaldo Azambuja (PSDB), preso na Operação Vostok, ser solto, o ministro Carlos Marun, da Secretaria de Governo, lamentou que o ex-governador não tenha sido beneficiado pela soltura, porque estava na mesma condição, a de investigado.