Por mais que o governo diga na televisão que tenha organizado a utilização de ambulâncias, consertado algumas delas e definido uma equipe competente de motoristas para o transporte de pacientes no município, a realidade é outra.
Nesta semana, o Política e Mais recebeu imagens de ambulâncias da rede municipal que mostram pneus “riscados” – cortes que são feitos quando já está careca, para demonstrar as fissuras que dão aderência ao solo – que expõem a lona, de tão gastos. Além de viaturas com vidros quebrados e colados com fita adesiva. O site também recebeu imagens do “cemitério” de ambulâncias existente na sede da Sosp (Secretaria de Obras e Serviços Públicos).
FALTA DE COPINHOS E PERSEGUIÇÃO
Ainda sobre a Saúde, funcionários do Pronto-Socorro Municipal, no bairro Aviação, relataram à reportagem que, nos últimos dias, a unidade tem ficado sem copos descartáveis para que funcionários e pacientes possam tomar água. As camas da unidade também não têm recebido lençóis e muitas estão com colchões rasgados.
Não bastasse, o Política e Mais recebe relatos de profissionais que foram transferidos pela chefia após orientarem munícipes a cobrarem os vereadores em quem votaram, por melhorias no atendimento. “Nós trabalhamos com medo e a todo momento estamos sendo vigiados, pois querem a todo custo saber quem passa informações sobre a situação”, afirma uma pessoa que trabalha no PS Municipal.
MOTORISTAS MANDADOS PARA SOSP
Também na Saúde municipal, motoristas que têm entrado em confronto com a chefia, tem sido remanejados. O Política e Mais recebeu de funcionários a informação de que quatro trabalhadores foram transferidos para a Sosp após não concordarem com o sistema de trabalho implantado pela atual gestão.
“Quem não concorda, está respondendo a processo administrativo e sendo mandado para outra secretaria. Ninguém pode abrir a boca para falar nada, temos que tolerar tudo calado para não sermos punidos”, diz um condutor que pediu para não ser identificado.
SITUAÇÃO DAS AMBULÂNCIAS
Sobre a situação das ambulâncias da Saúde de Araçatuba, o Política e Mais recebeu o relato de que existem oito veículos, só que a grande maioria está fora de atividade por estar quebrada, à espera de reparos.
São quatro ambulâncias sanitárias, dessas montadas em estruturas de pick-ups. A de número 456, que teria pneus carecas riscados, está na base da secretaria de Saúde, mas só é usada quando necessário. A 621 está rodando com o vidro traseiro quebrado e colado com fita adesiva.
Já a 635, é uma ambulância de viagem, que está, nesta terça-feira (27), em Araçatuba. A 652 é a mais nova que a Prefeitura tem, também para viagem, mas atualmente está rodando como viatura do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), com equipe de enfermagem. É um veículo inapropriado para o transporte de pacientes, pois não tem espaço suficiente nem mesmo para profissionais que atuam no atendimento.
Das ambulâncias do Samu, as de número 514 e 515 estão paradas por problemas mecânicos. A de número 622, segundo funcionários, estaria rodando. E a 591, viatura que sai com médico, deveria estar parada, pois tem problemas elétricos, está sem giroflex e sirene, mas as ordens dadas são para que o veículo seja usado, mesmo sem usado mesmo com defeitos.
MENTIRA NA TELEVISÃO
Enquanto os servidores mostram, escondidos no anonimato para não serem punidos, a situação das ambulâncias da Prefeitura de Araçatuba, em campanhas de publicidade na televisão, a atual administração acaba mentindo para a população ao dizer que o município já adquiriu uma nova viatura para o Samu e mesmo um micro-ônibus para o transporte de pacientes. A reportagem apurou que nenhum dos dois veículos ainda estão sendo usados pela população.
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