Dos 669 cargos de policiais civis (delegados, escrivães, investigadores, agentes de polícia, agentes de telecomunicação, papiloscopistas e auxiliares de papiloscopia) previstos em lei para a região, somente 466 estão ocupados, ou seja, 203 estão vagos, o que representa uma defasagem de 30%. “Isso vem provocando uma série de problemas para todos os policiais, há acúmulo de funções, longas jornadas de trabalho e muitos trabalham 24h de sobreaviso. É inevitável que o policial sofra com esse estresse provocado pela falta de mais de 14 mil policiais civis em todo Estado. Dependemos do governador de São Paulo para que ele resolva isso o quanto antes”, disse Raquel Kobashi Gallinati, presidente do SINDPESP.
Vários delegados de toda região participaram da reunião com a presidente do SINDPESP. Há relatos de trabalho sem escala de folga e não são raros os casos em que um profissional responda por até quatro delegacias. O uso de computadores antigos foi outro problema apontado. “A sociedade como um todo sai perdendo. Sem policiais, as investigações andam em um ritmo mais lento e o atendimento nas delegacias é prejudicado. Todos perdemos”, reforça.
Para tentar resolver essa situação, o SINDPESP ingressou com uma ação civil pública para que o Governo do Estado preenchesse as vagas existentes na instituição, chamando todos os aprovados nos últimos concursos e criando novos certames. O Ministério Público já concedeu parecer favorável ao pedido e o SINDPESP aguarda a decisão judicial.
Reforma da Previdência
Outra pauta que dominou a reunião foi a Reforma da Previdência, pois há grande apreensão sobre o tema em relação às carreiras policiais. A presidente do SINDPESP participou, nesta terça-feira (2), de uma grande mobilização em Brasília junto com o presidente da Associação de Delegados de Polícia Judiciária (ADPJ), Rafael Sampaio, e o presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal, Edvandir Felix de Paiva. O SINDPESP e outras entidades que representam os policiais fizeram um forte trabalho de mobilização entre os deputados para rever o texto aprovado pelo relator, o deputado Samuel Moreira (PSDB).
Depois da intensa mobilização e do protesto que reuniu milhares de policiais em Brasília, o presidente sinalizou que pretende mudar o atual texto da reforma para contemplar algumas reivindicações. “Estamos nos mobilizando de forma intensa para garantir que todas os policiais tenham isonomia ao tratamento dado aos militares na Reforma da Previdência e precisamos contar com o apoio de todos para que a polícia não seja ainda mais desvalorizada com essas medidas”, afirmou Raquel.
Raquel Kobashi Gallinati
Delegada de Polícia desde 2012, é a primeira mulher a ser eleita presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo, SINDPESP, fundado em 1989. Trabalhou como Delegada de Polícia em delegacias do Departamento de Polícia da Capital (DECAP). Formada em Direito pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, pós-graduada em Ciências Criminais e Mestre em Filosofia, pela PUC-SP, em 2007. Pós-graduanda pela Academia Nacional da Polícia Federal em Direito de Polícia Judiciária, tem vasto conhecimento nos crimes de violência contra a mulher, especialmente o feminicídio.
fonte: Sindpesp