Algumas vacas produzem mais de 20 quilos de leite por dia. Tem fábrica própria de ração, currais com alta tecnologia e utiliza ferramentas modernas como manejo rotacionado, pasto irrigado e cruzamento industrial. Lembrando que em parte de suas terras ocorreram as mais recentes ampliações urbanas, com o metro quadrado de solo mais caro da cidade.
Para Edgar Toledo Piza, dono da propriedade, a falta de espaço e o alto preço das terras paulistas são os elementos de pressão para que a gestão da fazenda seja sempre lucrativa, mas antenada nos movimentos da Economia Nacional e Internacional para não se perder no tempo, mas evoluir.
Ele é formado na FGV- Fundação Getúlio Vargas, o que dispensam os comentários e adjetivos de sua capacidade. E dessa forma ele acaba mantendo uma tradição pecuária que marcou a vida de seu avô Antônio Joaquim de Moura Andrade, o “rei do gado”, mostrando que um rei do gado também pode ser ao mesmo tempo o rei do leite. E essa foi a sua conquista que vai, sem dúvida, merecer a consideração história de Andradina.
Edgar e a esposa Heloísa Andrade de Toledo Piza transformaram a Fazenda Santa Lúcia, uma das mais antigas de Andradina, com apenas 150 alqueires, num modelo de exploração intensiva do espaço e racionalidade que acompanha as exigências históricas. A mesma eficiência leiteira, eles tem na produção de carne. De mamando a caducando são 2.500 cabeças. Os pastos são irrigados. No Mato Grosso e em algumas regiões do Mato Grosso do Sul, para se criar, recriar e engordar essa mesma quantidade precisaria de pelo menos 1.500 alqueires. Os Andrades fazem isso em 10% dessa área.
PRODUZIR CARNE NÃO É OPÇÃO
É EXIGÊNCIA DO SISTEMA
Eles não precisam mais de novas vacas, mas elas precisam continuar parindo para produzirem leite. A capacidade leiteira sempre estará limitada à infraestrutura. Por isso as vacas de leite emprenham somente para produzirem mais leite e seus filhos e filhas vão para a engorda e são abatidos aos dois anos, com peso de 14 a 15 arrobas. Isso graças à heterose provocada no cruzamento por monta natural, com touros nelores.
Heloísa, dedicada ao trabalho diário no campo, acompanhando todos processos de pecuária de leite e corte, utiliza touros da Seleção Nelore TELC de Três Lagoas. Em entrevista ao jornal Noroeste Rural, ela disse que “os touros da TELC não são como aqueles de exposições que aparecem lindos e musculosos, mas depois de um tempo na fazenda e na hora de correr vão se desmanchando”. Heloísa disse que “a seleção TELC produz touros melhoradores criados à pasto, nas mesmas condições que temos aqui e por isso são mais eficientes”, afirmou. ( Essa é a reportagem especial de capa na nossa edição de maio do jornal Noroeste Rural )