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Polícia Federal cita envolvimento de Carlos Marun em fraudes no Ministério do Trabalho

Domingo, 08 Julho 2018 04:06

Envolvimento de ministro é destaque dos principais jornais e portais nacionais na tarde desta quinta-feira (Foto: Arquivo)

A Polícia Federal apura o envolvimento do ministro Carlos Marun, da Secretaria de Governo, com as fraudes no Ministério do Trabalho. Nesta quinta-feira, o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, autorizou a terceira fase da Operação Registro Espúrio.

De acordo com os jornais Folha de São Paulo e O Estado de São Paulo, a PF pediu autorização para cumprir mandados de busca e apreensão nos endereços de Marun e da sua chefe de gabinete, Viviane de Melo.

No entanto, a Procuradoria Geral da República alegou falta de provas de que o emedebista integrava a organização criminosa e não endossou o pedido.

Fachin ordenou o afastamento do cargo do ministro do Trabalho, Helton Yomura, e a prisão do chefe de gabinete do ministério, Júlio de Souza Bernardo, o Julinho Canelinho. Em mensagens interceptadas pela PF, Julinho alega que reverteu despacho publicado no Diário Oficial a pedido de Marun.

Conforme a investigação, o ministro sul-mato-grossense intercedeu a favor do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias e Cooperativas de Carne de São Gabriel do Oeste (Sintrael), para que fosse alterado de cooperativa para sindicato. Outro pedido atendido foi a exclusão de São Gabriel da base do Sindicato Estadual dos Trabalhadores Celetistas nas Cooperativas de Mato Grosso do Sul (Sintracoop-MS).

A PF ainda tem conversas entre a chefe de gabinete de Marun, Viviane, e Renato Araújo Júnior, ex-coordenador de Registro Sindical do Ministério do Trabalho, atualmente preso.

O envolvimento de um dos principais articuladores políticos do presidente Michel Temer (MDB) é destaque dos principais jornais brasileiros nesta quinta-feira.

Não é a primeira polêmica causada por Marun, que causa ojeriza em parte da sociedade sul-mato-grossense desde que tomou a frente da defesa do mandato do então presidente da Câmara, Eduardo Cunha (MDB), condenado por corrupção e preso em Curitiba (PR).

Em Campo Grande, ele chegou a seguir eleitores para xingá-los no meio da rua no ano passado.

Ministro se diz vítima de retaliação e vai denunciar PF por vazamentos

O ministro Carlos Marun afirmou, em entrevista coletiva e nota, que é vítima de retaliação por “enfrentar os evidentes e ilegais abusos de poder praticados por setores de instituições que deveriam zelar pelo cumprimento da lei”.

Em nota, o ministro promete fazer “Representação e Queixa-Crime contra esses vazamentos direcionados que tentam me denegrir”.

Confira a nota:

“Nota à imprensa

Quando me dispus a enfrentar os evidentes e ilegais abusos de poder praticados por setores de instituições que deveriam zelar pelo cumprimento da lei sabia que estava sujeito a retaliações. Mas confesso que não pensava que elas viriam de forma tão pusilânime como esta tentativa de me envolver com eventuais desvios de conduta praticados no âmbito do MTE.

Desde que assumi a Secretaria de Governo nunca pus os pés no Ministério do Trabalho. Nunca conversei com nenhum servidor daquele Ministério a respeito de demandas de qualquer sindicato.

Nada foi apurado que evidencie qualquer ilicitude de nossa parte, tanto que os pedidos da PF foram recusados pelo Judiciário.

Todavia, infelizmente, o ato de rotina de encaminhar como ministro chefe da Secretaria de Governo, por meio de minha assessoria, pleitos que me foram apresentados por sindicalistas do MS, em reunião pública, agendada e divulgada, se transformou em motivo de enxovalhamento de minha honra.

Em função disto, apresentarei na 2ª feira, em horários já agendados na Corregedoria da PF e na PGR, Representação e Queixa-Crime contra esses vazamentos direcionados que tentam me denegrir.

Por fim, afirmo que continuo na luta para que o nosso Congresso aprove com maior brevidade possível, lei que permita a real punição de abusos de autoridade como este.

Carlos Marun – ministro chefe da Secretaria de Governo

(editada às 18h50 para acrescentar a nota do ministro Carlos Marun)
 
 

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