A mãe da vítima procurou a polícia nesta segunda-feira (18) para pedir que a morte seja investigada, pois suspeita que o rapaz tenha sido agredido no presídio.
O boletim de ocorrência comunicando o óbito foi feito na delegacia de Mirandópolis, na manhã de segunda-feira, por um agente penitenciário que trabalha na ala hospitalar do Hospital de Mirandópolis.
De acordo com ele, o médico que examinou o paciente atestou que a morte foi consequência insuficiência respiratória e pneumonia.
Na ocasião, não foi apresentada cópia do atestado de óbito, que seria entregue posteriormente na delegacia.
Não sabia
Ao procurar a delegacia na manhã desta terça-feira (18), a mãe de Pereira afirmou que em nenhum momento foi comunicada pelo presídio que o filho dela havia passado mal e havia sido internado.
Ela alegou que só soube da morte do filho ao telefonar para a penitenciária, pois no sábado a nora dela foi visitá-lo e foi comunicada sobre a internação.
Segundo a mãe de Pereira, na ocasião a companheira dele esteve no hospital em Mirandópolis, mas não lhe passaram nenhuma informação sobre o estado de saúde do paciente, sob argumento de que não havia autorização.
Agressão
No boletim de ocorrência ela relatou que o filho dela passou mal no domingo (9), quando teve febre, vômito e dor no estômago.
Ainda segundo ela, a vítima não conseguia se levantar, mas mesmo assim só teria sido levada para a enfermaria da unidade prisional na quarta-feira (12).
Após primeiro atendimento, o sentenciado foi transferido para o Hospital Geral de Mirandópolis na sexta-feira, sendo a morte foi confirmada no domingo.
A mulher suspeita de que o filho dela foi agredido na prisão e não foi socorrido, pois durante o velório ela percebeu que a vítima tinha um inchaço na boca e hematoma em um dos olhos.
Tráfico
Pereira foi preso na casa dele por tráfico de drogas em dezembro de 2018, junto com a então namorada, com 23 anos na época, e a irmã dela, uma adolescente de 16 anos.
O flagrante foi feito por equipe do GOE (Grupo de Operações Especiais) da Polícia Civil, durante cumprimento de mandado de busca e apreensão judicial, após denúncia.
Na casa foi apreendida uma balança de precisão, material para fracionar entorpecentes, 83 pinos com cocaína e dezenas vazios, além de maconha.
Pereira assumiu a posse da maconha e a namorada disse que a cocaína era dela e que não deixaria o namorado dela ser preso sozinho.
Os dois confirmaram o tráfico, disseram que as porções de cocaína eram vendidas a R$ 10,00 e o preço da maconha variava de acordo com peso.
Condenação
O casal foi condenado em primeira instância a 2 anos e 11 meses de prisão por tráfico de drogas e a mais 3 anos e 6 meses por associação ao tráfico.
A decisão é de 28 de junho do ano passado e o Hojemais Araçatuba não encontrou nenhum recurso que tenha sido julgado alterando a sentença.
A reportagem enviou e-mail à assessoria de imprensa da SAP (Secretaria de Administração Penitenciária) às 12h04 pedindo informações sobre a morte de Pereira e possíveis providências a serem tomadas, mas não houve retorno até as 20h30.
FONTE: HOJE MAIS