De acordo com dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério da Economia, divulgados ontem, esse resultado é consequência de um total 576 contratações e 371 demissões no período.
O levantamento mostra que o balanço positivo do município foi fortemente influenciado pela indústria de de transformação, setor que contempla os frigoríficos. Sozinho, este segmento empregou 275 pessoas e dispensou 64: saldo de 211 vagas formais criadas. “Esse saldo positivo está vinculado ao ramo do agronegócio ligado ao setor de carnes, que está sendo beneficiado pelo crescimento da demanda chinesa de produtos do Brasil”, analisa o economista Marco Aurélio Barbosa, professor da FAC-FEA (Faculdade da Fundação Educacional Araçatuba).
Em todo o Brasil, as exportações para a China têm aumentado pelo fato de o país asiático ter sido atingido no final do ano passado pela peste africana – doença hemorrágica altamente contagiosa provocada por um vírus que só atinge os porcos. “Dessa forma, o resultado do setor acaba alavancando outros setores da economia local, gerando efeitos multiplicadores positivos”, completa Barbosa, que coordena o Observatório da Economia Regional, na FEA.
COMPARAÇÃO
Os números de Andradina caminham na contramão dos observados na região de Araçatuba, em sua totalidade, no décimo mês do ano. Segundo o Caged, juntos, os 43 municípios, mais Lins e Promissão, encerraram o mês anterior com saldo -2.227 empregos, resultado de 5.328 contratações e 7.605 demissões.
Entretanto, assim como Andradina, outros dois municípios que também estão entre os mais populosos da região obtiveram variação positiva na geração de oportunidades. Birigui teve saldo de 15 vagas, enquanto Penápolis, 11.
Sobre Birigui, o economista observa que a diversificação do parque produtivo local e a estrutura industrial da cidade são beneficiadas pelas encomendas de fim de ano. “O comércio da segunda maior cidade da região se beneficia também do aquecimento típico de final de ano, tendo gerado saldo positivo de 28 empregos em outubro”, destaca.
ARAÇATUBA
Maior cidade da região, Araçatuba não acompanhou esses municípios e fechou o período com corte de 531 oportunidades. Nem mesmo o setor de serviços, que vinha apresentando índices satisfatórios, desta vez, “salvou” a cidade. Este segmento, que abrange áreas beleza e gastronomia, fechou outubro com menos 429 vagas.
Na análise do economista da FAC-FEA, a queda brusca na abertura de oportunidades no mercado regional está ligada, em grande parte, à proximidade do fim da safra da cana-de-açúcar. “O fim da safra traz seus efeitos à cadeia produtiva do setor, envolvendo empresas de vários segmentos que realizam ajustes em suas estruturas em períodos de fim de safra”, explica o analista.
Nesse contexto, observa-se que em Castilho, onde a agroindústria canavieira, apenas em outubro, foram registradas 49 contratações e 673 demissões, gerando um enorme saldo de 624 vagas a menos na indústria de transformação.
No País, 70 postos de trabalho criados
Puxada pelo comércio e pelos serviços, a criação de empregos com carteira assinada atingiu, em outubro, o sétimo mês seguido de crescimento em todo o Brasil, na média. Segundo dados do Caged, 70.852 postos formais de trabalho foram criados no último mês. O indicador mede a diferença entre contratações e demissões.
Esse foi o melhor nível de abertura de postos de trabalho para outubro desde 2016, quando as admissões superaram as dispensas em 76.599. A criação de empregos totaliza 841.589 de janeiro a outubro, 6,45% a mais que no mesmo período do ano passado. A geração de empregos atingiu o maior nível para os dez primeiros meses do ano desde 2014, quando tinham sido abertas 912.287 vagas no acumulado de dez meses.
Tradicionalmente, a geração de emprego é mais baixa em outubro. O mês costuma ser marcado pelo reforço no comércio para as contratações de fim de ano. No entanto, a indústria, que reforçou a produção em agosto e em setembro por causa do Natal, desacelera. A agropecuária também dispensa empregados por causa do fim da safra de diversos produtos, como a cana-de-açúcar e café. Com informações da Agência Brasil
fonte: LR1