ANDRADINA- O mercado do boi gordo está de cabeça para baixo. É assim que estão se expressando os empresários do setor da carne no Brasil. Esse aumento jamais registrado durante o período do real, ainda será maior nas próximas semanas, segundo relatório de empresas especializadas e consultores de frigoríficos e redes de supermercados.
Os preços subiram de R$ 150,00 para R$ 200,00 a arroba em menos de 30 dias no Estado de São Paulo. No Mato Grosso do Sul o salto foi de R$ 140,00 para R$ 190,00. Valor em torno de 33,33%. É muita coisa. Mas, a grande questão é: pagar para quem esse valor?
O consultor do mercado da carne do jornal Noroeste Rural informou que não existe gado para se comprar. E os que estiverem aptos vão custar peso de ouro, ou sabe lá se não será maior. Conversas entre donos de frigorífico e o mercado varejista revelam total ausência de boi gordo no campo, ou seja, os preços podem até aumentar, mas não farão surgir boi, garrote ou novilha, vaca velha ou de descarte. Todas essas modalidades desapareceram das ofertas.
Os pequenos frigoríficos estão simplesmente parando por tempo indeterminado. Os preços da carne no mercado de varejo também poderão replicar em breve. Nos açougues essa elevação ainda não estava nas contas dos varejistas, mas os alertas já estão chegando. O jornal Noroeste Rural teve acesso a boletins internos de empresas frigoríficas, relatando a ausência de carne para abate em todo território nacional.
A China, com seus bilhões de habitantes quer comer carne e quer comprar essa produção aqui no Brasil. Nesse fim de ano quem comeu carne bovina comeu. Quem não comeu deve correr para os suínos, caprinos, aves e ovinos. Em progressão de cadeia, esses aumentos serão refletidos em outras opções de carne e representar um impacto fenomenal também na inflação desses próximos meses.
Os estoques reguladores de carne do Governo foram utilizados na grande crise da falta de carne há mais de 20 anos, quando o Plano Cruzado congelou os preços da carne e as filas eram quilométricas para se comprar um bife.
FONTE: NOROESTE RURAL
