A reportagem do sbtinterior.com teve acesso ao relatório parcial de investigação da Operação #TudoNosso, que prendeu o sindicalista e pecuarista José Avelino Pereira, o Chinelo, e outras 14 pessoas envolvidas em uma organização criminosa que, segundo a PF, fraudava e superfaturava contratos de prestação de serviços com a Prefeitura de Araçatuba.
Chinelo é apontado como líder de uma organização criminosa que teria desviado, durante dois anos, R$ 120 mil mensais de contratos com o município que somam R$ 15 milhões.
De acordo com a PF, a investigação criou três grupos suspeitos de envolvimento na organização: os articuladores, colaboradores e facilitadores. É neste terceiro grupo que se enquadram Dilador, Edna e Papinha.
Na investigação, a Polícia Federal teria descoberto que os facilitadores tinham conhecimento da titularidade de Chinelo sobre as pessoas responsáveis por celebrar os contratos com a prefeitura.
A Polícia Federal identificou, também, conforme o relatório, que o grupo de facilitadores, formado por Dilador, Edna, Papinha e mais duas pessoas, demonstrou, durante as investigações, tolerância com problemas identificados na prestação de serviços e na prestação de contas destas empresas do grupo.
"O núcleo de facilitadores é formado por servidores públicos que integram o alto escalão da administração municipal, possuem estreita ligação com José Avelino, vulgo 'Chinelo', mas não estão diretamente a ele subordinados. Foi delineado, durante esse período de investigação, que Dilador Borges, prefeito de Araçatuba, além de possuir relacionamento de amizade com o principal investigado, José Avelino, homologou dispensa de licitação que favoreceu empresa de titularidade do investigado, registrada em nome de laranjas, e nomeou para cargos estratégicos da Prefeitura servidores cuja proximidade e envolvimento nos negócios de Chinelo restaram plenamente provados", diz o documento da PF.
"As pessoas físicas acima arroladas, juntamente com outras a seguir mencionadas, integram a organização criminosa inicialmente referida, seja participando ativamente das atividades destinadas à dispensa ilegal de licitação, frustração do caráter competitivo de procedimentos licitatórios com o favorecimento de empresas do grupo e desvio de recursos públicos para obtenção de vantagens indevidas, ou se apresentando como "laranjas" para ocultação da verdadeira titularidade de empresas do grupo, na forma que, resumidamente, se passa a expor", afirma outro trecho do documento.
Ao todo, 28 pessoas - entre elas as 15 presas - são mencionadas no relatório da PF e permanecem sob investigação.
A reportagem procurou a Prefeitura de Araçatuba, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria. O vereador Rivael Papinha também não respondeu as mensagens enviadas pelo SBT.
fonte: SBT Interior