Paulo Skaf, candidato ao governo de SP, é entrevistado no TEM Notícias
Quinta, 30 Agosto 2018 19:37
Cinco candidatos vão participar da rodada de entrevistas que começou nesta segunda-feira (27).
O candidato ao governo do Estado de São Paulo Paulo Skaf (MDB) foi entrevistado ao vivo no TEM Notícias 1ª Edição desta segunda-feira (27).
A participação do candidato é a primeira de uma série de entrevistas que a TV TEM realiza com os cinco candidatos ao governo do Estado mais bem colocados na última pesquisa Datafolha divulgada na semana passada.
Os demais candidatos vão participar de entrevistas gravadas que serão exibidas nos dias 1º e 8 de setembro.
Skaf, de 63 anos, esteve nos estúdios em Sorocaba (SP), onde foi entrevistado pelos apresentadores Thiago Ariosi e Airton Salles Junior. O empresário concorre ao cargo pela terceira e tem como vice a tenente-coronel da Polícia Militar Carla Basson (MDB).
TEM Notícias - O senhor vem da indústria, está acostumado a administrar o dinheiro da indústria, que não falta. O poder público exige negociação, está preparado para mudar de lado?
Paulo Skaf – Na verdade, trabalhei na indústria como empresário e também nos últimos 13 anos fui presidente, não só da Fiesp, do Ciesp, mas do Sesi, do Senai, nos últimos quatro anos do Sebrae, e pudemos realizar muita coisa na educação, formação profissional, lazer, esporte, cultura e também como presidente da Fiesp lutei muito para não ter aumento de impostos, contra juros altos, enfim. Mas sempre administrei apertos, não há fartura. Nós temos passado crises econômicas há muitos anos, então a indústria passa por dificuldades também, e durante toda minha vida como empresário sempre tive cobertor curto, sempre tive uma boa administração. Quando você administra bem, com seriedade, competência, o dinheiro aparece, principalmente no poder público. O que a gente assiste é que é tanto desperdício, é tanta má gestão, é tanta roubalheira que, se você muda isso, coloca gente competente, gente séria, o dinheiro aparece. Aliás, eu comecei não aceitando coligações para poder montar um governo melhor da história de São Paulo escolhendo pessoas competentes e sérias na administração dos próximos quatro anos, se eu tiver oportunidade, se for eleito governador.
TEM Notícias – O senhor fala em levar para a educação pública estadual o mesmo sistema usado nas escolas do Sesi. Nessas escolas o dinheiro vem da indústria. Para ampliar para as cidades do nosso interior de SP, de onde o senhor vai tirar dinheiro?
Paulo Skaf – O estado de São Paulo tem dinheiro. O orçamento da educação em São Paulo é de R$ 23 bilhões. Há poucos dias a Folha de S.Paulo fez uma matéria comparando o custo do Sesi com o custo do Estado, e você vê que não é uma grande diferença. E só aqui nas escolas do Estado as crianças frequentam e não aprendem nada, professores não são respeitados. Vou fazer como fiz no Sesi. De forma gradual vamos reestruturar a educação no estado de São Paulo. Quero escolas de primeiro mundo no Estado, criança tem que ir para a escola e aprender, tem que ter período integral como fiz no Sesi, com arroz, feijão, carne, salada, fruta, tem que se alimentar, praticar esportes, atividades culturais. São 3,4 milhões de crianças que, para ter futuro, oportunidade, autoestima, precisam de educação de qualidade. Como governador farei no Estado como fiz no Sesi de forma responsável, equilibrada e gradual.
TEM Notícias – O senhor citou escola de ensino em tempo integral, mas muitas escolas não têm estrutura sequer para o período regular. Como o senhor vai fazer isso?
Paulo Skaf – Como fiz no Sesi. Tive a oportunidade e condições de dar para os meus cinco filhos escola boa, educação. Tinha o sonho de oferecer aos alunos do Sesi a mesma oportunidade que os meus cinco filhos tiveram. E eu fiz, cumpri. Parecia impossível quando eu falei: ‘Vamos pegar 150 escolas do Sesi e fazer escolas novas, de primeiro mundo, em terrenos grandes, grandes construções’. E o exemplo não é discurso, está aí. Está em Sorocaba, Bauru, em Jundiaí, está espalhado por todo o estado de São Paulo, em todas as cidades, todas as regiões, uma escola de primeiro mundo do Sesi, uma escola de primeiro mundo do Senai, convênios de educação, de cultura. Enfim, realizei no Sesi e, agora, meu novo sonho é dar a mesma oportunidade que os alunos do Sesi têm a todos os jovens do estado de São Paulo, e eu vou realizar se for da vontade de Deus, e a decisão do eleitor de São Paulo, se me dar a oportunidade e eu for eleito governador, ninguém vai se arrepender. Vou cumprir isso como fiz no Sesi, no Senai, farei nas escolas do Estado, nas Etecs e Fatecs.
TEM Notícias – Os hospitais regionais são referência para várias cidades, principalmente no interior de São Paulo. Em Sorocaba, tivemos vários problemas na administração do Conjunto Hospitalar, e temos o novo Regional administrado por uma Organização Social. Isso ocorre também em Bauru. O senhor vai manter esse tipo de gestão terceirizada ou vai voltar para o Estado?
Paulo Skaf - Você tem OSs que funcionam bem, e tem OSs que não funcionam bem. E onde estiver funcionando bem você tem que estimular, e onde não funciona bem... Eu, por exemplo, estive no hospital de base de Rio Preto, de primeiro mundo, referência, e eles perderam algumas concorrências de forma estranha. Inclusive, fui verificar e eles ofereceram os melhores preços. Então existem OSs sérias e boas, e existem aquelas que estão contaminadas. Vou fazer com que realmente aquelas boas, aqueles hospitais de referência como Rio Preto, Barretos, Câncer, Hospital do Rim, o Incor. Hoje antes de vir para cá visitei a Santa Casa. O padre Flávio [que administra o hospital] está de parabéns. As Santas Casas têm dificuldades, o que vi lá foram equipamentos modernos, está lutando com seriedade, competência e seriedade, quando se juntam, com resultado é muito bom para a população. E aí isso que vou fazer no estado de São Paulo, o governo tem que se modernizar, como fiz no Sesi e no Senai, tem que trazer o futuro para o presente na educação, na saúde, na segurança, no emprego, desenvolvimento, é isso que farei como governador.
TEM Notícias – O senhor fala que quer equipar os hospitais para diminuir o número de internações. Uma das saídas pode ser colocar unidades básicas de saúde para funcionar. No Estado tem 92 unidades prontas que não atenderam nenhum paciente. Se eleito, como ajudar os prefeitos a colocar essas unidades para funcionar?
Paulo Skaf – Isso é muito importante. Um governador não tem que falar “isso é problema de prefeito, aquilo é problema de governo federal, aquilo é da assembleia, do congresso”. Governador tem que governar, quero ser um governador que governa São Paulo. Primeiro, montando uma equipe competente e honesta. Como disse, não tenho compromisso com partido político, não tive coligação, e depois, assumindo as responsabilidades, no caso dessas UBSs, são os primeiros atendimentos, é de responsabilidade do município, mas não pode ter uma UBS. O Estado tem que ir lá e fazer com que a prefeitura tenha condições de, certamente o que aconteceu nessas UBSs, receberam recurso, construíram e não têm dinheiro de custeio, tem que resolver o problema de custeio. Nós temos em São Paulo hospitais que atendem SUS com ocupação de 49%. Ou seja, 50% de ociosidade, nós podíamos dobrar o atendimento com as mesmas instalações que estão aí, sem investir em novos hospitais. É natural que, se precisar, faz um novo hospital, mas primeiro precisamos pegar isso que já existe e fazer funcionar, não deixar ocioso. Por exemplo, o Hospital do Rim, 95% de ocupação, e os hospitais que atendem SUS, em média, 49%, então dá para dobrar o número de atendimento. Além do desencontro. Você vai no hospital, tem médico, mas não tem remédio, tem equipamento, mas não tem manutenção. Você pergunta: ‘Há quanto tempo? Ah, oito meses sem manutenção’. Você vai no outro, faltam medicamentos, ou seja, precisa arrumar essa confusão e eu farei isso como governador, sem dúvida nenhuma.
TEM Notícias – O senhor tem experiência na geração de emprego na indústria, mas em outro setores, como serviço e comércio, qual sua proposta?
Paulo Skaf – Vou pegar as nossas Etecs e Fatecs, a exemplo do que fiz no Senai, elas são instituições seríssimas, boas e com gente boa, só que precisam ser modernizadas. Ter mais laboratórios, equipamentos modernos, tem que ter mais inovação, mais tecnologia, vou investir nessas nossas Etecs e Fatecs, e redirecionar os cursos para a demanda do mercado. Quando comecei no Senai tinha isso, tinha um curso na região que não tinha demanda de emprego. Você forma mão-de-obra, dá curso técnico não é para por no currículo, é para conseguir emprego. Então tem que ter os cursos direcionados aos mercados regionais. Vou dar uma arrumada boa nisso e vou investir muito em infraestrutura. São Paulo precisa de ferrovias, rodovias, hidrovias, em habitação, no momento que você faz esses investimentos, nessas áreas todas, isso gera também empregos e oportunidades. Então estou convicto, sei como fazer isso, vou trazer desenvolvimento econômico a São Paulo, e desenvolvimento econômico gera emprego e dá oportunidade de as pessoas montarem o próprio negócio.
TEM Notícias – O estado de SP sofreu bastante com a greve que parou o país. Além das rodovias, temos outros dois modais importantes: a hidrovia e ferrovia. De que forma vai incentivar esses dois modais?
Paulo Skaf – Temos em relação à hidrovia a Tietê-Paraná com 665 km navegável, temos gargalos nas pontes e eclusas, há necessidade de alargar. Você vai com um largo comboio e quando chega na ponte estreita tem que desmontar o comboio e aí não tem produtividade nenhuma. E nas eclusas acontece a mesma coisa, é necessário haver um prolongamento dela para ter maior acesso a ferrovias, ligando assim com o Porto de Santos. Essa ampliação não é cara, custa uns R$ 200 milhões. A reforma das eclusas e das pontes é mais cara, um investimento de R$ 4 bilhões, mas precisa ser feito isso, vamos fazer de forma gradual e vamos fazer essa revitalização da nossa hidrovia Tietê-Paraná. Da mesma forma as ferrovias, nós temos um projeto, vamos ligar as grandes regiões. São Paulo, Sorocaba, Campinas, São José dos Campos, região do Vale do Paraíba e Santos através de trens. É necessário isso, temos que revitalizar a ferrovia do estado de São Paulo. Nós temos 4.650 km de ferrovias, apenas 1.800 km estão em operação precária e para mercadoria. Seria muito bom poder voltar a sair aqui de Sorocaba e ir para São Paulo com trem, que é seguro, limpo e confortável, isso nós vamos fazer.
TEM Notícias – Em quanto tempo?
Paulo Skaf – Esses programas todos tem que ser realistas, todos eles. Seja a educação, saúde, as ferrovias, a hidrovia, então nós estamos fazendo um plano de 10 anos. É um plano de Estado, não é de governo. E no primeiro período, no mandato de quatro anos, se vai executar e encaminhar tudo que é possível, de forma realista, mas fazer. Todos os dias você tem que ter realizado coisas e depois, o que não foi possível concretizar, materializar e concluir. Em quatro anos vai ter, 10 anos na vida do Estado, é muito pouco. Se tudo isso tivesse sido feito há 10 anos, em 2008, nós teríamos um novo Estado, um outro estado de São Paulo.
TEM Notícias – O interior paga um preço alto pela poluição, principalmente do Rio Tietê. O que o senhor pretende fazer em relação a isso?
Paulo Skaf – Quem polui o Rio Tietê são as companhias de água. A Sabesp, por exemplo, ela é uma boa companhia, mas tem um problema. A Sabesp e outras companhias municipais ela capta, mas nem sempre trata. Então, hoje nós temos fornecimento de água quase 100%, 96%. Instalação de esgoto 87%, mas tratamento de esgoto só 60%. Ou seja, 40% do esgoto que é captado é jogado no Rio Tietê. Não adianta fazer só programa de limpar o rio, porque gasta uma fortuna e, enquanto está limpando de um lado, está sujando de outro. É como a dona de casa andando na sala, passando aspirador, e alguém com um saco de cimento. O que precisamos é exigir, e vou fazer isso, que todo esgoto captado seja tratado, para as companhias de água pararem de sujar o rio e aí fazer um programa eficiente de limpeza e recuperação do rio.
TEM Notícias – Caixa eletrônico, roubo no campo, máquina agrícola, como combater isso?
Paulo Skaf – Tráfico de drogas, crack, crime organizado, mulheres violentadas, jovens violentados... a Segurança Pública no Estado é um desastre absoluto. Vou investir nas polícias para começar. A Polícia Civil, a investigativa, está abandonada, estamos cheios de delegacias sem gente, sem equipe, com funcionário de prefeitura, tem prédios inadequados e interditados, e até uma delegacia em São Bernardo foi assaltada. Há poucos dias, em um quartel da PM, foram jogadas duas bombas. Vamos reorganizar, fazer com que o policial civil se orgulhe de ser policial. Vamos investir em tecnologia e na Polícia Militar, e entrosar as polícias para trabalharem realmente juntas com inteligência, informação e com ações concretas de combate ao crime. É importante a mudança da lei, acabar com saidinha, visitinha, e quem for condenado a seis anos tem que cumprir. Isso tem que mudar a lei em Brasília, como governador você tem que ter liderança política para fazer aquilo que for necessário, inclusive no Congresso Nacional.
Considerações finais
Muito obrigado a vocês, a todos que nos acompanharam, e quero dizer que tenho vontade de mudar São Paulo. Mudar na qualidade de educação, segurança, gerar empregos, desenvolver. Para isso, precisa ser vontade de Deus e decisão do eleitor de São Paulo. O que posso garantir a vocês é que, se eu for eleito, ninguém vai se arrepender. Muito obrigado a todos vocês.
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