Operação começou às 5h desta quinta-feira (10) (Foto: Divulgação/Polícia Civil)
REGIONAL - A Polícia Civil de Presidente Venceslau, junto a agentes de São Paulo, deflagram nesta quinta-feira (10) a 4ª fase da Operação Ethos. A ação tem o objetivo de desmantelar a célula criminosa chamada de "correio" e deve cumprir oito mandados de prisão preventiva. São pessoas que ajudavam os advogados já investigados pela corporação em outras ocasiões.
Os alvos desta fase da operação são pessoas que fazem a comunicação entre o pessoal da cúpula da organização – que está no interior dos presídios – com aqueles que estão em liberdade, em especial os investigados desde o início da Ethos, que são os advogados.
A comunicação funciona em modos de saída e entrada. A ordem sai do presídio por meio de visitas ou de advogados e chega até a célula – fora da unidade prisional –, que é coordenada por uma pessoa.
Então, a partir desta célula são expedidas ordens de serviço para que sejam cumpridas na rua e, da mesma forma, esta pessoa coordenadora centralizava as respostas, produzia material e preparava as "mulas", que geralmente são as mulheres que tentam entrar com ilícitos em presídios, fazendo com que a mensagem retorne para dentro da prisão, segundo a Polícia Civil.
Mandados
Durante esta quinta-feira (10), a Polícia Civil deve cumprir oito mandados de prisão preventiva, sendo quatro na capital paulista, um em Itapecerica da Serra, um em Taubaté, um em Sumaré e um em Itaquaquecetuba.
De acordo com informações da corporação, outras fases da Operação Ethos estão programadas, porém, ainda sem data definida. Tudo depende de mandados judiciais e concordância do Ministério Público.
A Operação Ethos, que já levou à prisão o ex-presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe) e advogados da facção.
O inquérito policial sobre o caso foi instaurado em maio de 2015 para apurar crimes de organizações criminosas, lavagem de dinheiro, associação para fins de lavagem, exploração de prestígio e corrupção ativa.
As investigações começaram após informações reveladas através de uma carta que foi interceptada por agentes da Penitenciária “Maurício Henrique Guimarães Pereira”, a P2 de Presidente Venceslau, no dia 11 de maio de 2015, durante procedimento de varredura de rotina realizado no telhado sobre os raios 3 e 4 da unidade.
Conforme a Polícia Civil, os envolvidos nos crimes tinham uma célula denominada “sintonia dos gravatas” – modo como é tratado o departamento jurídico da facção criminosa – criada inicialmente para prestação de serviços exclusivamente jurídicos aos chefes da organização.
Blindados pelo sigilo constitucional do advogado, esses profissionais passaram a atuar de forma ilícita, segundo as investigações. O grupo simulava visitas jurídicas aos líderes presos, fazendo elo de comunicação de atividades criminosas entre os presos e aqueles que estão em liberdade, segundo a Polícia Civil.