Leitura e educação caminham juntas no processo de ressocialização e crescimento pessoal, mas agora trazem um benefício a mais para aqueles que se encontram reclusos: a remição de pena. O Projeto Clube de Leitura vem sendo implantado nas unidades prisionais do oeste paulista desde 2015, porém, neste ano, a região de Presidente Prudente se destaca ao ser a primeira a obter quase 100% de adesão, comparada às demais do Estado.
A conquista foi possível graças ao empenho da regional da Fundação “Prof. Dr. Manoel Pedro Pimentel” (Funap) em Presidente Prudente, com a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), em parceria com as faculdades da Rede Gonzaga de Ensino Superior (Reges) de Dracena, Junqueirópolis, Osvaldo Cruz e Tupi Paulista. Com a ampliação, a Coordenadoria da Região Oeste do Estado (Croeste) passou a contar com 21 estabelecimentos prisionais participantes do projeto, sendo 19 subordinados à regional da Funap de Presidente Prudente e dois à regional de Mirandópolis.
O lançamento da parceria ocorreu no dia 15 de março, em um evento simbólico realizado na Faculdade Reges de Dracena. Agora, cada presídio e cada faculdade recebe um kit com 60 títulos literários, os quais são distribuídos entre os sentenciados, podendo gerar quatro dias de remição de pena para cada 30 dias de leitura. Todo o processo é realizado pela Funap, por intermédio de mediadores - geralmente sentenciados contratados, que se reúnem com os participantes em três ocasiões.
Desenvolvimento
A leitura é avaliada mediante produção de resenha crítica, encaminhada para validação pelos universitários, sob supervisão de professores, que analisam a estética, limitação ao tema e fidedignidade. Após as correções, são emitidos pareceres às unidades prisionais que, por uma comissão, solicita a remição de pena ao Juízo da Execução.
Os critérios devem ser rigorosamente obedecidos pelos privados de liberdade. A Penitenciária Feminina de Tupi Paulista, por exemplo, iniciou no mês de abril duas turmas, com um total de 21 reeducandas, das quais 14 conseguiram completar todo o ciclo até a elaboração da resenha. “É uma oportunidade de reflexão e diálogo. A leitura os leva a esquecer que estão na prisão”, frisa a gerente regional da Funap de Presidente Prudente, Camila Menotti Zanuto. “É também uma maneira de contribuir com a leitura dos universitários e, ao mesmo tempo, com a ressocialização dos presos”, completa o diretor da Faculdade Reges de Dracena, Fábio Holmes Lins.