Os áudios deixam evidente a irritação do prefeito com o que viu na avenida por onde passou para chegar até a abertura do evento, na noite de sexta-feira, e chama atenção por dois “palavrões” disparados por Dilador e pelas cobranças que faz a dois secretários municipais e um assessor executivo, ocupante de cargo comissionado.

Os alvos do descontentamento de Dilador são o secretário Constantino Alexandre Vourlis, responsável pela Secretaria de Obras e Serviços Públicos, que, recentemente, em entrevista a um jornal da cidade, disse que o prefeito “tinha que pegar a senha” quando quisesse que alguns de seus pedidos fossem atendidos. Além de Tieza Marques de Oliveira (PSDB), que atualmente acumula as pastas de Cultura e Turismo, e o assessor executivo da pasta de Desenvolvimento Agroindustrial, Arnaldo dos Santos Vieira Filho, conhecido como Dindo.

Na primeira gravação, o prefeito de Araçatuba diz: “Boa noite, Constantino. Puta, eu cheguei aqui no evento aqui e tô com vergonha, viu. Tô com vontade de ir embora, porque nunca vi um negócio desses. Uma avenida com grama sem podar, escura pra caralho. Não sei como é que os caras que vêm aqui tem coragem de chegar num lugar desses, viu meu. Olha, você, o Dindo e a Tieza envolvidos nisso, três secretários, e não viram isso, pô? Pelo amor de Deus.”

Em uma segunda gravação, Dilador determina: “Constantino, amanhã, pelo amor de Deus, põe esse pessoal trabalhar aí, ver essa questão da iluminação e podar essa avenida amanhã sem falta, cortar e rastelar. Pelo amor de Deus, gente, não faz isso com nóis, não. Como é que nós queremos sediar um evento nacional, internacional, e com uma desorganização dessas? Pelo amor de Deus.”

ALEGAÇÕES APÓS BRONCA

Dos três integrantes do primeiro escalão de Dilador Borges na administração municipal, o mais cobrado pelo prefeito, Constantino Alexandre Vourlis, responsável pela Sosp, foi o único que se manifestou, neste domingo (25), sobre os áudios que vazaram.

Questionado pelo Política e Mais se considerou normal a chamada de atenção de Dilador, o secretário saiu pela tangente afirmando que o fato, no caso o palavreado usado pelo prefeito, se tratava de “linguagem de obra”, sem dar uma definição ao que seria isso.
Constantino procurou amenizar o fato afirmando que “houve um equívoco de comunicação entre as secretarias envolvidas” e que sua pasta é “fim”, ou seja, uma repartição do governo municipal que executa serviços, dando a entender que os mesmos deveriam ter sido requisitados por outras pastas envolvidas na realização do evento. “ Tudo finaliza em nós”, disse.

O Política e Mais perguntou se Constantino continuaria no cargo de secretário após a cobrança e dois xingamentos de Dilador. O secretário declarou que a bronca não se tratava de nada que “não pudesse ser resolvido rapidamente” e que, “sim, continuará à frente da Sosp. “Enquanto tiver a confiança do prefeito”, afirmou.

SEM RESPOSTAS

Assim como fez com Constantino, o Política e Mais tentou contatos com a secretária Tieza e o assessor Dindo, porém não obteve contato com os dois. Também solicitou um posicionamento da administração municipal, o que não ocorreu até a publicação desta reportagem.

fonte: Politica e Mais