Thaís Dias
No mês dedicado às mulheres, a discussão sobre a representatividade feminina em cargos de liderança ganha destaque. Apesar de serem maioria no Brasil, as mulheres ainda enfrentam desafios significativos para ocupar espaços de poder, especialmente na política. As vereadoras de Três Lagoas — Evalda Reis (MDB), Sirlene da Saúde (PSDB) e Maria Diogo (PT) compartilham suas perspectivas e experiências, destacando a necessidade de mais ousadia, coragem e políticas públicas que incentivem a participação feminina.
“Nós somos a maioria no Brasil, a maioria das eleitoras também. Porém, quando se fala em cargo de liderança, principalmente dentro dessa casa de leis, ainda somos a minoria”, afirma Evalda Reis (MDB).
Ela destaca a importância da ousadia e da coragem para que mais mulheres ocupem esses espaços. “O que eu diria para essas mulheres, lá no seu local de trabalho, dentro da sua localidade, é que falta um pouquinho de se posicionar, filiar num projeto, num partido político, e trabalhar essa liderança. Ser corajosa, ousada, e vir aqui para o parlamento, lutar pela conquista, mais conquista para as mulheres, mais políticas públicas”, completa.
Evalda também menciona a realização de uma audiência pública bem-sucedida, que contou com a participação de outras vereadoras e palestrantes importantes, reforçando a luta pelo fim da violência contra as mulheres. “A audiência pública foi um sucesso, a participação foi muito importante, e abraçamos essa luta em prol do fim da violência contra as mulheres”, disse.
A vereadora Sirlene da Saúde (PSDB) lembra o quanto a força feminina é poderosa e que juntas podem mudar o cenário, não só local, mas nacional, mas para isso devem se envolver mais na política.
“Eu gostaria de fazer um chamamento às nossas mulheres, para se envolver mais, porque nós podemos, nós somos maioria. Para estar aqui representando, eu coloco as políticas públicas relacionadas às nossas mulheres em primeiro lugar, voto a favor do que é bom para as nossas mulheres, para a sociedade. Mas nós precisamos de mais representatividade feminina e a gente sente falta disso”, afirma.
Ela também destaca a importância da união e da luta contra a violência doméstica e o feminicídio. “Nós precisamos unir as nossas forças com políticas públicas voltadas na nossa defesa, para ajudar umas às outras. Nós não podemos nos calar, a audiência que foi realizada na Câmara Municipal levantou vários pontos e eixos, contando com diversas palestrantes que nos mostrou que unidas, somos mais fortes para lutar e não desanimar”, conclui.
A vereadora Maria Diogo (PT) reforça a necessidade de investir em formação e conscientização para aumentar a participação feminina em cargos de liderança. “Eu acho que é fundamental que nós, mulheres, busquemos e lutemos para que cada vez mais nós ocupemos todos os espaços. Não só o espaço da política”, afirma.
Maria Diogo, que também é presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinted), acredita que a formação começa nas periferias e nas escolas.
“Eu acho que a gente precisa voltar àquele tempo em que a gente investia nos bairros, na Constituição de Lideranças dos bairros de Três Lagoas, e, a partir daí, a gente começar a trabalhar para um contexto ainda maior”, explica.
Ela também destaca a importância de projetos que incentivem a participação feminina na política. “O nosso gabinete já está estudando algum projeto que, de fato, a gente consiga avançar no município de Três Lagoas e, principalmente, acho que para as próximas eleições. Para que, de fato, a gente consiga ter uma paridade dentro dessa Câmara. Mas, para isso, é preciso que as mulheres votem em mulheres”, conclui.
As falas das vereadoras Evalda Reis, Sirlene da Saúde e Maria Diogo reforçam a importância da representatividade feminina em cargos de liderança e a necessidade de políticas públicas que incentivem a participação das mulheres na política. O mês das mulheres serve como um momento de reflexão e ação, para que mais mulheres possam ocupar espaços de poder e contribuir para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. A ousadia, a coragem e a união são elementos essenciais nessa jornada, que deve ser travada não apenas em março, mas durante todo o ano.
FONTE: EXPRESSÃO MS