Academia Andradinense de Letras corre o risco de ser extinta por falta de apoio do Poder Público

Sexta, 17 Janeiro 2025 00:01
Andradina – A Academia Andradinense de Letras (AAL) está enfrentando uma crise profunda e corre o risco de ser extinta devido à falta de apoio das autoridades públicas.
A instituição, que já foi um importante centro de incentivo à cultura e à literatura local, segue o mesmo caminho da Aliandra (Aliança dos Literatos de Andradina), outra entidade cultural que também está à beira do fim.
 
 
A AAL foi criada e inaugurada pelo saudoso escritor e poeta Ronaldo Mainardi, que na época integrou a Aliandra como um braço da Academia, com o intuito de fortalecer ambas as instituições. No entanto, as promessas de apoio feitas pelo então prefeito Jamil Ono não se concretizaram.
 
Posteriormente, a prefeita Tamiko Inoue cedeu o espaço cultural Cora Coralina para abrigar a sede da AAL e da Aliandra. Porém, sem qualquer aviso prévio, as duas entidades foram removidas do local, que foi transformado em um abrigo para moradores de rua durante a pandemia.
 
Com o falecimento de Mainardi, a jornalista Márcia Canevari assumiu a presidência da Academia, mas a instituição começou a sofrer com a debandada de membros, que ocorreram por motivos diversos, enfraquecendo ainda mais a AAL. O trabalho de fortalecimento da entidade foi dificultado pela falta de recursos e apoio, tanto da sociedade quanto do poder público.
 
Atualmente, a diretoria da AAL luta para manter as atividades da Academia, mas a situação é cada vez mais desafiadora. O atual prefeito de Andradina, Dr. Mário Celso Lopes, não ofereceu apoio concreto à instituição, e o vereador professor Luzimar Rodrigues, apesar de seus esforços, não conseguiu sequer agendar uma reunião entre a prefeitura e a diretoria da AAL em seus quatro anos de mandato.
 
Esse cenário de negligência se estende por três administrações municipais, resultando no enfraquecimento da Academia e no desânimo de seus membros. Em um gesto simbólico da difícil realidade que enfrenta, a atual presidente, Sônia Marli Teno de Almeida, se viu obrigada a cancelar até mesmo a tradicional festividade natalina, que acontecia todos os anos e representava uma das últimas manifestações culturais promovidas pela AAL.
 
Com pouco apoio e uma estrutura enfraquecida, a AAL se vê à beira de um triste fim. A falta de reconhecimento e suporte do Poder Público coloca em risco a preservação de um importante patrimônio cultural de Andradina, que, ao longo dos anos, contribuiu significativamente para a promoção da literatura e da cultura local.
 
Desafios para a sobrevivência
 
O futuro da Academia Andradinense de Letras depende de uma mudança de postura por parte das autoridades municipais, que precisam reconhecer a importância de manter e valorizar as instituições culturais da cidade. Sem o apoio necessário, a AAL corre o risco de se tornar mais uma das tantas entidades culturais que não conseguiram resistir às dificuldades enfrentadas pelas gestões públicas.
 
A situação é alarmante e, para que a AAL não se extinga, é fundamental que o Poder Público se comprometa a oferecer suporte financeiro, infraestrutura e a promoção de ações culturais que possam fortalecer a entidade e garantir a continuidade de seu trabalho na preservação e promoção da literatura e da cultura andradinense.
 
O que está em jogo não é apenas a sobrevivência de uma instituição, mas o legado cultural de Andradina, que corre o risco de ser apagado pela falta de apoio e reconhecimento das autoridades locais.
 
FONTE: JORNAL FOLHA REGIONAL 

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