Dois homens que aparecem como representantes da coligação do Partido Progressistas de Araçatuba (SP) nas eleições municipais deste ano estão entre os alvos de mandado de busca e apreensão durante a Operação "Ligações Perigosas" , deflagrada na última sexta-feira (6), pelo Gaeco e pela Polícia Civil, com apoio da Polícia Militar.
Segundo o que foi apurado pela reportagem, com um dos investigados foram apreendidos pouco mais de R$ 20 mil em dinheiro e um celular e com outro foi apreendido um computador e um celular.
Há ainda um terceiro investigado, cujo nome não aparece na documentação oficial da coligação, mas que seria pessoa diretamente ligada ao partido. Com ele a polícia apreendeu um notebook, um celular, um pen drive e um cartão de memória, materiais que foram encaminhados para perícia.
Investigação
Essa operação é uma das maiores já realizadas a partir de investigação feita na cidade, sendo expedidos 35 mandados de prisão e 104 de busca e apreensão. Como o caso ainda está em investigação, sem apresentação de denúncia, não é possível a divulgação dos nomes dos investigados.
O que a reportagem conseguiu apurar é que os mandados de busca contra esses investigados estariam relacionados à investigação que apura o financiamento de um ônibus que saiu de Araçatuba no dia 28 de abril, com destino a Brasília (DF), levando pessoas para participar de uma manifestação contra o fim da saída temporária de presos do regime semiaberto.
Esse ônibus foi alugado para levar esses manifestantes, entre os quais, estariam supostos integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital). Um dos focos da operação é justamente identificar possível infiltração dessa associação criminosa na política.
Há uma investigação que é realizada pelo Gaeco, órgão do Ministério Público, e outras três que são realizadas pela Polícia Civil. No caso da Polícia Civil, o objetivo seria descobrir a origem do dinheiro que financiou esse ônibus que saiu de Araçatuba e se as pessoas que contrataram a empresa são integrantes ou simpatizantes do PCC.
Defesa
A reportagem procurou o Jurídico da Coligação, representado pelo advogado Renato Ribeiro de Almeida, que negou qualquer ligação do Progressistas com o crime organizado. Leia a nota na íntegra:
“A coligação não tem e nunca teve nenhuma relação com o crime organizado. É vergonhoso e revoltante esse tipo de atribuição no mês das eleições. A coligação não tem nenhuma relação com o os fatos. Estranha-nos uma investigação, repito, no mês das eleições, tentando criar factoide político. A coordenação jurídica de campanha também não entende como um inquérito sigiloso é do conhecimento do Hoje Mais. Todas as medidas judiciais, cíveis e criminais serão tomadas, imediatamente. Por último, a coordenação jurídica de campanha informa que lamentaria caso fosse comprovada a participação de servidores públicos no vazamento seletivo de informações confidenciais. A legislação brasileira é rigorosa em relação a isso. A coligação tem absoluta confiança nas autoridades policiais, no Ministério Público e no Judiciário e espera eleições limpas, justas e perfeitas” .