A operação investiga uma suposta organização criminosa envolvida em fraudes fundiárias e na venda ilegal de créditos de carbono em áreas invadidas da União.
Ao consultar o prefixo do Cessna, constatou-se que o avião pertence a um empresário registrado como produtor rural, que também é ou foi sócio de diversas empresas nos Estados de Amazonas, Mato Grosso, Roraima e São Paulo, com sua primeira sociedade firmada em 2008.
A Diretoria da PF da Amazônia, com apoio da Polícia Federal de Araçatuba, coordena a operação que visa combater atividades ilícitas que geraram um faturamento de aproximadamente R$ 180 milhões. Foram expedidos cinco mandados de prisão preventiva e 76 de busca e apreensão pela 7ª Vara Federal da Seção Judiciária do Amazonas.
Os mandados abrangem endereços em Rondônia, Amazonas, Mato Grosso, Paraná, Ceará e São Paulo. Em Araçatuba, dois mandados de prisão e quatro de busca e apreensão foram cumpridos, com um dos alvos principais já detido até o início da tarde.
As investigações revelaram que a organização criminosa, ativa há mais de uma década, se especializou na duplicação e falsificação de títulos de propriedade, permitindo a apropriação ilegal de cerca de 538 mil hectares de terras públicas.
A fraude foi facilitada por servidores públicos e técnicos que inseriam dados falsos no Sistema de Gestão Fundiária (Sigef), resultando em enormes danos ambientais e econômicos. O grupo teria explorado ilegalmente mais de um milhão de metros cúbicos de madeira, causando um prejuízo ambiental estimado em R$ 606 milhões e obtendo cerca de R$ 820 milhões em terras griladas.
A operação conta com a colaboração de diversas instituições, incluindo o Incra, a Receita Federal, a Anac, o Ibama, além de acadêmicos e profissionais de registro de imóveis.
As medidas cautelares adicionais incluem 108 ações diversas da prisão, oito suspensões de função pública, quatro suspensões de registro no Crea e sete bloqueios de emissão de Documentos de Origem Florestal (DOFs), totalizando o sequestro de R$ 1,6 bilhão.