Terroir 5 Elos MÁRIO CELSO DÁ INÍCIO A PRODUÇÃO DE UVA PARA VINHOS EM ANDRADINA

Quinta, 30 Novembro 2023 07:00

Terroir 5 Elos MÁRIO CELSO DÁ INÍCIO A PRODUÇÃO DE UVA PARA VINHOS EM ANDRADINA Empresário acredita que experiência vai validar o “Terroir Regional” para a produção de uvas para vinho. Nasceu em Andradina a semente do novo ciclo de produção agrícola para o Extremo Oeste de São Paulo que abre caminho para a produção de vinhos. Excelente terra, grandes período de insolação e água abundante foram os motivos que levaram o empresário Mário Celso Lopes a iniciar o plantio de uvas no “Terroir 5 Elos”, na Estrada Vicinal Orlando Palhares. Mário é um grande entusiasta do “terroir andradinense” uma terra muito rica ainda não explorada em sua plenitude. “Terroir é tudo que influencia a videira – do solo ao Sol, incluindo o fator humano tudo influencia e o tempo fornece a prova de que uma uva cresce melhor em uma área que em outra, o que deve, na visão do empresário, validar o “terroir andradinese” para a produção das uvas para vinho. Cavando com as mãos ao lado da esposa Juçara Lopes, filhos, netos e amigos próximos foram plantadas as primeiras videiras de uvas para vinho. Nesta primeira fase serão 15 mil videiras em uma área de 10 hectares que será dobrada na segunda fase. A propriedade também terá uma área para plantio de uvas de mesa. Mário Celso, que já é experiente com produção agrícola, possuindo no currículo o plantio de florestas de eucalipto (125 milhões de árvores) e é produtor de grãos e frutas no interior da Bahia, quer por Andradina —a 630 km de São Paulo— na Rota do Vinho Paulista e ainda criar mais um roteiro turístico, com passeios que vão começar um passeio pelo vinhedo e apresentação sobre a poda e a colheita das uvas e a produção do vinho. Vinícola O projeto da vinícola vai começar no início de 2024 e deve estar concluído para aproveitar a primeira colheita das variedades tintas Touriga Nacional, Carbenet Sauvignon, Syrah, Barbera e Malbec, e brancas Sauvignon Blanc e Vermentina. Atualmente o projeto é o único em implantação no Noroeste e Oeste de São Paulo, com 951 hectares de vinhedos implantados, aonde o cultivo de uvas é direcionado para o consumo in-natura (uvas de mesa). A região tornou-se num importante polo de produção na década de 90, com destaque para as cidades de: Palmeira D’Oeste - 309 hectares, Jales - 176 hectares, Tupi Paulista - 124 hectares e Dracena - 110 hectares. Já no Estado de São Paulo são oito as vinícolas produzindo e outras 25 em desenvolvimento somente no interior, sendo um setor que cresce de forma tão acelerada, que, conforme dados da Anprovin (Associação Nacional de Produtores de Vinho de Inverno), já são produzidos 488 mil litros de vinho paulista por ano, que resultam em 651 mil garrafas. PLENO DESENVOLVIMETO O setor de produção de vinhos no Estado de São Paulo está em expansão. Prova disso é o aumento no número de pés de uva voltados à vinicultura, que neste ano saltou oito vezes em relação ao ano passado. Foram 7,8 mil unidades plantadas em 2022, contra quase 64 mil em 2023, de acordo com o Instituto de Economia Agrícola (IEA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo. Esse aumento das plantações se deve a um conjunto de fatores. Há um crescimento do mercado do turismo ligado às vinícolas, aliado à alta qualidade da uva no Estado de São Paulo propiciada pelo manejo da dupla poda, o que permite colher uvas finas e, consequentemente, fazer vinhos de mais qualidade. O setor tem atraído cada vez mais investidores. De acordo com a Câmara Setorial de Viticultura, Vinhos e Derivados, pelo menos 40 vinícolas gourmet estão sendo formadas nas regiões de Espírito Santo do Pinhal, São Roque, Jundiaí, Louveira e Indaiatuba. Isso se reflete no campo, onde há mais videiras plantadas. O impacto será sentido na cadeia produtiva do vinho em três ou quatro anos, quando for realizada a colheita da primeira safra. Para a presidente da câmara setorial, Célia Carbonari, embora a produção de uvas não tenha o mesmo volume de outras culturas importantes do agro paulista, como a cana-de-açúcar e a laranja, ela carrega atributos como a alta empregabilidade. “Dependendo da complexidade do terreno, você emprega de um a dois funcionários por hectare. Ao contrário da soja, do milho, da cana-de-açúcar e até da pecuária que, às vezes, emprega uma pessoa a cada 120 ou 150 hectares”, afirma. A viticultura também alimenta outras cadeias locais, movimentando o comércio e serviços como hospedagem e gastronomia. Dupla poda e premiações O aumento na qualidade do vinho produzido em São Paulo é fruto de um trabalho iniciado 20 anos atrás, quando os produtores paulistas de uva passaram a adotar a técnica da dupla poda das videiras. O método gera uma inversão no ciclo da planta, o que possibilita que a maturação e a colheita das uvas aconteçam no inverno, período com menos chuvas e elevada amplitude térmica. Com esse salto, o objetivo é valorizar cada vez mais a diversidade do setor no estado, reconhecendo a qualidade tanto dos vinhos de mesa como dos chamados vinhos finos. E o esforço já vem sendo reconhecido em premiações internacionais, colocando os vinhos paulistas no mesmo patamar dos melhores produtores do mundo. Em abril deste ano, por exemplo, diversos vinhos de São Paulo receberam medalhas na Decanter Wine Awards 2023, um dos mais respeitados concursos do mundo e onde foram avaliados mais de 18 mil rótulos. 1.

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