Ás 20h de segunda-feira (13), pacientes a serem transportados para consultas e tratamentos na capital paulista entram na ambulância que carrega cinco pessoas atrás e uma na frente, além do motorista. Sim, sem enfermeiro, médico ou o mínimo de segurança, eles entraram e viajaram por 8h40 em uma situação que corta o coração e choca qualquer pessoa que ainda tem humanidade, mesmo os detentores do Poder Municipal, que impõe a todo custo a economia.
E assim, uma moça com problema no quadril, seguia a viagem deitada na maca, uma senhora de 57 anos na cadeira de apoio atrás da ambulância, nos outros três bancos de apoio lateral, um moça (onde o encosto do banco estava solto) e uma mãe grávida de 4 meses (gravidez de alto risco) com seu filho que estava indo para consulta cardiológica, detalhe ele já foi operado do coração e enfrentou essa viagem. A criança não aguentou ficar sentada de forma ereta, pois dormiu, então, todas ali emprestaram blusas para forrar o chão, colocaram o travesseiro que a mãe tinha levado e o menino deitou no chão da ambulância. Na frente, o motorista e o marido da mulher que estava com problema no quadril.
Sem nenhuma segurança, sem o mínimo de conforto, estes andradinenses enfrentaram uma viagem cruel até chegar ao hospital que iriam se consultar. “Uma viagem difícil, todos desconfortáveis, sem segurança alguma, e ficamos sabendo que tem sido assim com todos, um descaso total”, revelou uma das ocupantes da ambulância. O chefe do setor tentou resolver a volta para uma das passageiras, oferecendo a passagem de volta pela Reunidas, o que significaria que ela e o filho teriam que ficar mais 8h na rodoviária esperando o ônibus para uma viagem de mais 8h. “Senti mais humilhação”, afirma ela.
Outra ocupante chegou a entrar em contato com o chefe do setor de ambulância da cidade que em um lapso acabou enviando uma mensagem por engano, onde ele revela: “BOM DIA IRMÃO, OLHA A ECONOMIA, O QUE JÁ TÁ DA”, não terminando de enviar a frase pois deve ter visto que enviou para a reclamante e não para membros da Administração.
A pergunta que fica: ATÉ QUANDO OS ANDRADINENSES VÃO SOFRER COM O DESCASO DESCABIDO NA SAÚDE?