Em Três Lagoas ao denunciar condições de trabalho, enfermeira do Samu é agredida por coordenador

Quarta, 03 Janeiro 2018 04:27

Servidora usou o Facebook para expor a precariedade das ambulâncias. Socorristas precisaram até empurrar um dos veículos. Postagem teria irritado o coordenador; caso ganhou repercussão

Em Três Lagoas, a enfermeira Guta Costa, do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), sofreu lesão no pé direito depois de, segundo ela, ser agredida pelo coordenador do órgão, André Dourado. O homem teria se revoltado depois que a vítima denunciou as más condições de trabalho da unidade. A mulher utilizou o Facebook para expor a situação precária das ambulâncias.

A confusão aconteceu por volta das 20h45 de ontem (27), durante o expediente da servidora.

FUNCIONÁRIOS EMPURRAM A AMBULÂNCIA

Em entrevista ao Perfil News, Guta, que atua no Samu há quase 10 anos, contou que entrou no trabalho às 18h para cumprir jornada em regime de plantão. De acordo com ela, durante à tarde, a ambulância da unidade apresentou problemas elétricos e mecânicos. Por conta disso, em um dos atendimentos, a equipe chegou a empurrar o veículo.

‘’Assim que assumi o plantão, fiquei sabendo dos defeitos da viatura. O motorista ligou para o coordenador e disse que não havia condições de rodar com ela. O André respondeu que era para trabalhamos daquele jeito, pois ele estava mandando. Fiquei abismada com o descaso e fiz a publicação no Facebook’’, contou a enfermeira.

IRRITADO

Conforme a funcionária, na primeira ocorrência após sua entrada, a ambulância apresentou falha na Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Acompanhado de um mecânico, o coordenador do Samu se dirigiu ao local com outro veículo para fazer a troca.

Guta, que estava dentro da viatura, cobrou respostas ao ver André. Ele, que já havia visto a postagem da enfermeira na rede social, se irritou e as agressões tiveram início.

‘’Eu disse para ele [André] ter mais atitude e postura em relação ao Samu. Ele respondeu que eu estava com preguiça de trabalhar e que pediria minha exoneração. Não bastando, colocou o dedo em minha cara e me empurrou. Foi quando caí da ambulância e torci o pé’’, relatou a servidora, acrescentado que os outros três socorristas ouviram a discussão.

EQUIPE COAGIDA

Segundo Guta, após o desentendimento, André tentou coagir a equipe, dizendo ao grupo para negar que ele a empurrou.

Mesmo ferida e mancando, a enfermeira encerrou seu plantão e, durante a manhã, com muita dor, procurou o hospital. Após a consulta, o médico forneceu sete dias de atestado para ela. Além disso, seu pé precisou ser imobilizado.

DORES NO PÉ E NA ALMA

A funcionária também foi orientada por um advogado a prestar queixa, na Polícia Civil, sobre as agressões sofridas por parte do coordenador. ‘’Estou me sentindo um lixo; com dores no pé e, principalmente, na alma’’, desabafou Guta aos prantos à reportagem.

De acordo com a enfermeira, atualmente, o Samu dispõe de seis viaturas, das quais três estão quebradas. ‘’Não tomam providência, e quando acontece qualquer coisa, nos culpam’’, encerrou ela.

OUTRO LADO

Por telefone, André Dourado alegou ao Perfil News que em momento algum agrediu Guta. Durante a entrevista, ele disse que estava na Assessoria Jurídica da prefeitura para tratar sobre o caso. ‘’Um inquérito administrativo será aberto para apurar essa acusação. Em relação à falha mecânica da viatura já houve a substituição’’, resumiu o coordenador.

 

fonte: PerfilNews

 

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