O grão-mestre geral do Grande Oriente do Brasil (GOB), Múcio Bonifácio Guimarães, assinou ato de desfederalização do Grande Oriente do Brasil – Bahia (GOB Bahia), antigo Grande Oriente Estadual da Bahia (GOEB). A decisão foi publicada nesta segunda-feira (08/05/2023) no Boletim Oficial de nº 19 do GOB.
O líder do GOB justifica o desligamento do GOEB em função da desarmonia instaurada, com ações judiciais em tramitação no Poder Judiciário Estadual da Bahia (PJBA), as quais estão instruídas com documentos internos do GOB e que são referentes a cópias de processos disciplinares maçônicos de uso restrito da entidade, sendo vedado aos membros a utilização no mundo profano, ou seja, fora dos trâmites da entidade maçônica.
A relação jurídica entre o GOEB e o Grande Oriente do Brasil foi formada por ato bilateral e volitivo. No entanto, de acordo com a Constituição do GOB, compete, privativamente, ao grão-mestre geral expedir carta constitutiva de Grandes Orientes.
Na publicação do GOB, é informado que será criada outra obediência no Estado da Bahia pelo Grande Oriente do Brasil.
Crise na Bahia
A crise de liderança do GOEB não é nova. Ela encontrou um ponto de inflexão em 23 de março de 2019, quando Alexandre da Silva Monteiro foi eleito grão-mestre estadual (GME) e Jorvan Andrade, grão-mestre estadual adjunto (GMEA) do GOEB, ao vencer por sufrágio Ocimar Torres, atual grão-mestre estadual do GOEB.
Segundo fonte do Jornal Grande Bahia (JGB), alguns poucos insatisfeitos com o resultado da Eleição no GOEB, em 2019, a exemplo de Ocimar Torres e Luciano Sepúlveda, questionaram nos tribunais maçônicos o resultado da eleição. Essa crise provocou defecção de cerca de 20 lojas do GOEB e de centenas dos seus membros que, unidos, fundaram uma potência estadual denominada Grande Oriente da Corporação Maçônica da Bahia (CMB). Entidade que atua sob a liderança dos empresários Alexandre Monteiro e Jorvan Andrade.
Em mais um processo eleitoral ocorrido neste ano de 2023, a renovação dos quadros diretivos do GOEB resultou em nova crise, com várias Lojas manifestando apoio ao GOB e se posicionando contra a atual direção do GOEB.
A insatisfação de um grupo de maçons alinhados com o GOB foi transformada em “repúdio aos atos praticados por maçons insurgentes (litigantes) que comprometem a estabilidade, a paz, a harmonia e a concórdia que deveria existir na entidade”.
Como funciona a organização
As Lojas são unidades básicas onde os maçons se reúnem sob a liderança de um venerável mestre. No sistema GOB, elas formam uma representação estadual, e as representações estaduais formam a nacional. O sistema emula a organização do Estado Brasileiro.
Cabe destacar que o Grande Oriente do Brasil é bicentenária potência maçônica, primaz do Brasil e mais antiga instituição não governamental do país em atividade.
FONTE: JORNAL GRANDE BAHIA