A Polícia Civil de Santo Antônio do Aracanguá (SP), cidade vizinha a Araçatuba, identificou três homens acusados de participar da invasão e violação de vários túmulos no cemitério da cidade, ocorrida entre a noite de domingo e a madrugada de segunda-feira (14). Dois deles foram detidos, apresentados na delegacia e confessaram terem invadido o cemitério.
A polícia foi informada dos crimes por uma mulher que é responsável pela limpeza do túmulo do ex-prefeito Rodrigo Aparecido Santana Rodrigues, que morreu aos 35 anos, em junho de 2020, após contrair covid-19.
Ela contou que ao chegar no espaço encontrou vários túmulos violados e acionou a Polícia Militar. Uma equipe foi enviada e constatou o arrombamento de pelo menos sete túmulos e encontrou restos mortais espalhados pelo chão.
Até um crânio foi encontrado jogado na rua, no lado de fora do cemitério, próximo da substação da CPFL Paulista. O caso foi comunicado à Polícia Civil, que acionou o Instituto de Criminalística para a perícia.
Identificação
Durante os trabalhos foram encontrados em um dos túmulos, os documentos pessoais de um homem já conhecido da polícia. Os investigadores conseguiram localizá-lo e ele alegou que não participou dos crimes.
Entretanto, contou que na noite anterior esteve em um bar na cidade com os outros dois investigados. Ele contou ainda que teve a carteira furtada por um deles, que o teriam chamado para fazer uso de drogas no cemitério.
Porém, como estava passando mal por não ter comido durante o dia, resolveu procurar atendimento médico no hospital da cidade, onde teria passado a noite. Os policiais foram à unidade de saúde, onde a atendente confirmou que ele havia passado a noite no local.
Confessaram
Dando sequência às investigações, os policiais chegaram aos dois acusados, que confessaram ter invadido o cemitério. Um deles tem 32 anos, estaria em situação de rua e teria chegado na cidade na sexta-feira (11). Após passar 11 anos preso por tráfico de drogas e roubo, ele deixou o presídio em 2019.
O acusado alegou que na noite de sábado estava em um bar junto com o homem que teria furtado a carteira do que disse ter passado a noite no hospital. Os três teriam ido juntos para uma praça e encontrado o acusado de furtar as alças de caixão, que foi quem os teria convidado para irem ao cemitério usar drogas.
Furto
O outro investigado tem 25 anos e também foi apresentado na delegacia. Ele confessou ter furtado a carteira do outro homem enquanto bebiam cachaça no bar e confirmou que foi o terceiro investigado que os convidou para irem ao cemitério.
Na versão dele, também foi essa terceira pessoa que furtou as alças de caixões e jogou os restos mortais para fora dos túmulos. Entretanto, ele admitiu ter ajudado na violação das sepulturas, apesar de não ter furtado alças.
O investigado contou ainda que na sexta-feira havia furtado o celular do homem que furtou a carteira no dia seguinte.
Reincidente
A Polícia Civil também identificou o terceiro investigado, que de acordo com o que foi informado, já foi detido anteriormente por violação de túmulos no cemitério.
Foram feitas diligências, mas como ele não foi localizado, deverá ser intimado a prestar declarações nos próximos dias. Por não ter sido constatado o flagrante, os investigados foram liberados após serem ouvidos.
Eles devem ser indiciados por furto, violação de sepulturas; violar ou profanar sepultura ou urna funerária (pena de reclusão de 1 a 3 anos) e vilipêndio de cadáver (pena de reclusão de 1 a 3 anos).