A SSP (Secretaria de Segurança Pública) está investindo em tecnologia e na aproximação das forças de segurança com a comunidade para aumentar a sensação de segurança para a população paulista. Algumas das novidades tecnológicas foram apresentadas pelo secretário-executivo da Polícia Militar, coronel Álvaro Batista Camilo, que esteve em Araçatuba na quinta e sexta-feira (16).
Ele esteve na cidade representando a SSP e após palestra no auditório do Senai falou com a imprensa. Estiveram na palestra o comandante do CPI-10 (Comando de Policiamento do Interior), coronel PM João Henrique Coste; o diretor do Deinter-10 (Departamento de Polícia Judiciária), delegado Mauro Gabriel; e diversos policiais militares de Araçatuba e região.
Coronel Camilo explicou que chegou a Araçatuba na quinta-feira, visitou obras em andamento e conversou com os comandos das polícias Civil, Militar e Científica para apresentar as novidades e ouvir no que pode ajudar.
Comunidade
A palestra realizada no Senai também teve a participação de presidentes dos Consegs (Conselhos Comunitários de Segurança) e de integrante do PVS (Programa Vizinhança Solidária). Em entrevista ao Hojemais Araçatuba , o coronel Camilo fez questão de enaltecer a importância dessas pessoas, que realizam serviço voluntário pela segurança pública.
Ele explicou que o encontro teve como objetivo ouvi-las para ver como pode ajudá-las e apresentar o que está sendo feito pela secretaria, incluindo as novas tecnologias. “Precisamos muito da informação. Por isso que o PVS e o Conseg são bons. As pessoas ao notarem algo diferente devem informar a polícia”, reforçou.
Ele comentou que a ideia da SSP é cada vez mais melhorar o policiamento, com mais policiais, com mais tecnologia, mas de acordo com o coronel, o que vai fazer a diferença é a inteligência, que precisa de informação.
Assalto a bancos
A reportagem questionou coronel Camilo sobre o que tem sido feito para prevenir assaltos com os ocorridos em Araçatuba, primeiro à empresa de transporte de valores Protege, em 2017, e o do ano passado, às agências da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil, na praça Rui Barbosa.
Mais uma vez ele reforçou a importância do trabalho de inteligência. Sobre o primeiro crime, coronel Camilo lembrou que os autores utilizaram uma propriedade rural na região para planejar o ataque. Sobre o segundo, contou que a polícia só teve conhecimento que no Banco do Brasil havia grande quantidade de dinheiro depois que o crime aconteceu.
“Vamos fazer esse trabalho com o Banco do Brasil, de troca de informações com a polícia, que só ficou sabendo do grande volume de dinheiro depois que aconteceu” , contou.
Baep
Coronel Camilo comentou que esse tipo de ataque tem diminuído no Estado e do lado policial, enalteceu a criação do Baep (Batalhão de Ações Especiais de Polícia) e da Deic (Divisão Especializada de Investigações Criminais).
“No caso do assalto aos bancos em Araçatuba, o Baep fez frente e todos os envolvidos estão presos. A reação do Baep foi muito forte naquele dia e a Polícia Civil, com o trabalho, junto com a Polícia Científica, de identificação de vestígios, de digitais, chegou à prisão de todos”, informou.
Ele acrescentou que atualmente existem 15 Baeps no Estado, nas 12 áreas regionais, equipados com armamento pesado e tudo o que é preciso para fazer o enfrentamento. Porém, reforçou que a ideia é conseguir chegar no criminoso antes da execução do crime. “E se a inteligência conseguir trabalhar em conjunto com a comunidade isso acontece”, reforçou.
Participação
Segundo coronel Camilo, todos os elos são importantes na segurança pública, mas quando a comunidade se envolve, participando do Conselho de Segurança e do Programa Vizinha Solidária, há grande melhora. “São pessoas da comunidade que passam a ter um olhar diferente para o espaço público, aumenta o sentimento de pertencimento. Elas entendem que a rua é dela, que a praça é dela e tem que cuidar", disse.
De acordo com ele, as pessoas precisam comunicar a polícia quando veem algo estranho, para que a polícia possa agir rapidamente e prender os autores de crimes. Porém, alertou que o mais importante é prevenir para o que o crime não aconteça, evitando a violência e traumas.
O coronel também chamou a atenção para a importância de comunicar quando ocorrem crimes, como furtos, para que a polícia possa fazer o mapeamento dos pontos críticos e promover ações preventivas. “A tecnologia ajuda muito, mas eu preciso da informação. E quem tem a boa informação é o cidadão”, concluiu.
Boletim de ocorrência único deve chegar ao interior ainda neste ano
O secretário-executivo da Polícia Militar, coronel Álvaro Batista Camilo, informou que deve ser implantado em todo interior do Estado ainda neste ano, em fase de teste, o Boletim de Ocorrência Único, que já está sendo utilizado em São Paulo e na região metropolitana.
Chamado de SPJ (Sistema de Polícia Judiciária), ele deve agilizar e muito os procedimentos da investigação de crimes, reduzindo a necessidade de as pessoas irem até às delegacias. Atualmente, quando os policiais militares atendem uma ocorrência, eles precisam fazer o registro com as informações do fato e os depoimentos das partes.
Quando não ocorre flagrante, essas informações geralmente são encaminhadas à Polícia Civil por e-mail. Por isso é muito comum a Polícia Civil ser comunicada de um crime ou de um acidente de trânsito, por exemplo, até uma semana depois do ocorrido.
Com o novo sistema, segundo coronel Camilo, o boletim de ocorrência do policial militar já servirá de base para o trabalho da Polícia Civil. “O policial militar passará a usar o boletim da Polícia Civil, que será preenchido no smartphone e quando ele der enter, as informações vão para o distrito policial. Se for flagrante, o boletim também vai pré-preenchido, agilizando o procedimento”, argumentou.
As partes envolvidas também receberão posteriormente, por e-mail, cópia do boletim e eventuais intimações para mais esclarecimentos da ocorrência. O agendamento para exames periciais, em breve também poderá ser feito de forma eletrônica.
A expectativa é que com esse novo sistema, seja reduzido o número de pessoas nos distritos policiais, inclusive de policiais militares. Um dos desafios a ser enfrentado, de acordo com o coronel, é a falta de cobertura por torres de celular em algumas áreas do Estado, para que as informações sejam transmitidas na hora. Nesses casos, o boletim de ocorrência será elaborado no local e enviado assim que houver o sinal de celular.
Câmeras
Ainda com relação às tecnologias, coronel Camilo destacou as câmeras corporais, que em breve devem ser disponibilizadas aos policiais militares para uso no interior do Estado, onde eles já receberam novas pistolas Glock.
Ele contou ainda que a SSP (Secretaria de Segurança Pública) está sugerindo aos prefeitos que façam a adesão das câmeras de monitoramento dos municípios ao Sistema Detecta, que identifica veículos produtos de crimes ou envolvidos em crimes.
Durante a entrevista ao Hojemais Araçatuba ele contou que esse sistema foi fundamental para identificar veículos utilizados por bandidos que participaram do assalto aos dois bancos em Araçatuba em agosto do ano passado e que depois deixaram a cidade.
Aplicativos
O coronel comentou ainda que a Polícia Civil está fazendo o uso da videoconferência e que existe o sistema de proteção da mulher, o SOS Mulher, aplicativo que funciona como botão de pânico para mulheres com medida protetiva.
Também citou os dois aplicativos 190, para comunicar ocorrências de emergência à Polícia Militar e ao Corpo de Bombeiros. “Essas chamadas não passam pela triagem da central, elas saem do aplicativo direto para a viatura”, informou.
Ainda com relação à proteção da mulher, coronel Camilo destacou a criação da DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) online. Nesse sistema, as mulheres vítimas de violência quando vão à delegacia são recepcionadas em uma sala lilás.
“Dentro da CPJ tem sala separada, com brinquedoteca para crianças, onde a vítima é recebida por outra mulher e fala com a delegada online, uma tecnologia vai ajudar muito” , finalizou.