A ação foi deflagrada contra grupo suspeito de planejar fugas de chefes de uma organização criminosa presos nas penitenciárias federais de Brasília e de Porto Velho, em Rondônia.
Kássia Regina é suspeita de integrar uma rede de comunicação entre os membros da organização. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) informou que acompanha a operação. No total, foram expedidos três mandados judiciais em Mato Grosso do Sul, um de prisão e dois de busca e apreensão, em Três Lagoas e Campo Grande.
Agentes cumprem 11 mandados de prisão preventiva e 13 mandados de busca e apreensão, no Distrito Federal; no Mato Grosso do Sul e no estado de São Paulo. Entre os alvos da operação está a esposa do traficante Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola.
Segundo a PF, além do provável resgate dos presos, a organização criminosa pretendia sequestrar autoridades para conseguir a soltura de criminosos, dentre outras ações.
A participação de advogados
As investigações apontam que os criminosos contavam com uma rede de comunicação mantida por advogados. Consta que os profissionais “extrapolavam as suas atividades legais” ao transmitir mensagens dos suspeitos envolvidos no plano e até cobranças dos custodiados sobre o andamento do resgate.
Para isso, os investigados aproveitavam atendimentos e visitas nos presídios e usavam situações jurídicas que sequer existiam para falar dos crimes, uma espécie de código entre o advogado e cliente.
A OAB, seccional Mato Grosso do Sul, emitiu uma nota reforçando que acompanha os casos. “A OAB/MS reafirma seu compromisso com o Estado Democrático de Direito, motivo pelo qual continuará acompanhando o caso para que todas as responsabilidades sejam esclarecidas, inclusive encaminhando as informações pertinentes à Comissão específica e ao Tribunal de Ética e Disciplina”, informaram.
Esquema envolvendo a participação de advogados na “organização” de crimes da facção também já foi denunciado pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Mato Grosso do Sul durante ações da operação “Sintonia dos Gravatas”, em março deste ano.
Na época, quatro advogados do estado foram presos por prestarem apoio à facção criminosa, inclusive em planos de atentados a autoridades policiais e do judiciário. Também foram comprovadas participações de integrantes do poder judiciário no esquema.
A operação foi batizada de “Anjos da Guarda” em referência aos servidores da segurança pública que se esforçam e se arriscam dia e noite para proteger a sociedade de criminosos. A ação conta com o apoio do Departamento Penitenciário Nacional (Depen).
Fonte: G1/MS