Equipe do GOE/Deic (Grupo de Operações Especiais da Divisão Especializada de Investigações Criminais) apreendeu mais de R$ 250 mil em mercadorias, no preço de custo, além de anabolizantes em uma loja e em duas residências no bairro São Joaquim, em Araçatuba (SP), nesta quinta-feira (7).
Na loja também foram apreendidos R$ 13 mil em dinheiro e vários cheques, somando R$ 60 mil. A dona da loja não foi encontrada e um funcionário dela foi preso em flagrante por ter assumido a propriedade dos anabolizantes.
De acordo com o que foi apurado pela reportagem, os investigadores representaram pelo mandado de busca e apreensão devido a frequentes denúncias de que a proprietária da loja, que fica na parte da frente de uma das casas vistoriadas, estaria comercializando mercadorias sem procedência confirmada.
As equipes chegaram por volta das 9h nos imóveis, que ficam na rua Pereira Passos, para cumprimento dos mandados.
Os policiais se depararam com um caminhão do Mercado Livre fazendo coleta de mercadorias que deveriam ser despachadas para clientes, o que levanta a suspeita de que parte das mercadorias seria comercializada pela internet.
Loja
Inicialmente eles entraram na loja, que seria toda monitorada, o que indica que seria para atender apenas pessoas já conhecidas. A investigada não estava no local e uma funcionária confirmou que não havia notas fiscais das mercadorias expostas em prateleiras, entre elas, bebidas alcoólicas como uísque, tequila, amarula, além de perfumes.
Também foram recolhidos suplementos, aparelhos de IPTV, usados para captar sinal de TVs pagas, e equipamentos para internet sem fio. No caixa da loja havia R$ 15 mil em dinheiro, além dos cheques.
Outro imóvel
Segundo a polícia, durante as buscas a funcionária pediu aos policiais para ir ao banheiro. Autorizada, ao invés de ir ao imóvel que fica no mesmo terreno da loja, ela atravessou a rua e entrou em outra casa.
Quando, retornou um dos investigadores percebeu que parte do dinheiro que estava no caixa havia desaparecido, pediu que devolvesse e a funcionária acabou revelando que tinha levado o montante para a outra casa, informando que ela também pertenceria à dona da loja.
A polícia representou por um novo mandado de busca à Justiça, agora para esse imóvel onde a funcionária esteve, que era desconhecido da investigação. Quando a ordem judicial foi emitida, os policiais foram a essa casa e encontraram diversos produtos eletrônicos. Segundo a polícia, a mercadoria existente nessa casa somava pelo menos R$ 150 mil.
Anabolizantes
Já na casa que fica nos fundos da loja foram encontrados mais aparelhos eletrônicos e 15 caixas de anabolizantes. De acordo com a polícia, um jovem que se apresentou como funcionário da investigada assumiu a propriedade dos produtos e disse que havia comprado o produto com receita, apesar da quantidade encontrada.
Um advogado que esteve no local, ao ser informado do encontro da mercadoria, esteve em uma farmácia e voltou com nota referente à compra de quatro ampolas do produto. Porém, essa nota não discrimina se o que consta nela é o produto que havia no local.
Não foi apresentada notas dos anabolizantes de outras marcas e o jovem alegou não se lembrar onde os comprou. O advogado também apresentou aos investigadores um médico, informando que ele teria emitido a receita para a compra dos anabolizantes.
Entretanto, ao ver a quantidade de mercadoria apreendida, o médico informou não ter emitido a receita para a compra de todos os produtos.
O jovem foi preso em flagrante, sem direito a fiança na fase policial, e deve ser indiciado pelo artigo 273 do Código Penal: “falsificar, corromper, adulterar ou alterar produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais”. A pena em caso de condenação varia de dez a 15 anos de prisão e multa.
Investigação
Com relação à proprietária da loja, ela foi comunicada do cumprimento dos mandados de busca e apreensão, mas não apareceu para falar com os policiais.
Durante a ocorrência três advogados estiveram no local e foram apresentadas algumas notas fiscais. Segundo a polícia, foi constatado que essas notas foram emitidas todas no mesmo horário, em datas diferentes.
A informação foi comunicada à Polícia Federal e as notas apreendidas verificar a autenticidade. Ainda não foi definido se as mercadorias apreendidas permaneceriam com a Polícia Civil ou se seriam encaminhadas à PF.