Em Andradina Prefeitura e Ministério Público se omitem e animais domésticos morrem sem acolhida

Quarta, 27 Julho 2022 03:17

A Associação Protetora dos Animais de Andradina, não consegue socorrer tantos cães e gatos que estão sendo abandonados.

A Prefeitura de Andradina finge que ajuda, destina verba insuficiente que só serve de argumento para jogar o problema nas costas dos voluntários: “mas a Prefeitura dá dinheiro para a Associação”.

Tudo mentira. A Prefeitura destina R$ 60 mil por ano, mas os custos são acima de R$ 150 mil, valor inclusive que é destinado à Associação Protetora de Animais pelo prefeito Otávio Gomes lá em Ilha Solteira.

Mas em Andradina, só existe conversa fiada. A Prefeitura parou no tempo em que para salvar os animais a melhor alternativa era o sacrifício.

Então a realidade é dura. Ontem a noite a Naiane, vice-presidente da APAAR e Leila, Secretária do Meio Ambiente, estiveram naquela famosa casa da avenida Barão do Rio Branco, tentando salvar uma cachorra que morria de fome e falta de assistência, trancada numa gaiola. Alí também existem frangos e galinhas que são atacadas e mortas por cachorros famintos.

A Polícia Militar também esteve lá e registrou uma ocorrência. Mas todos saíram frustrados.
Não havia sequer um veterinário disponível para confirmar os maus tratos. E olha que a cidade tem uma Faculdade de Medicina Veterinária. Talvez eles também estejam se acovardando para evitar entreveros. A cachorra poderia ir para uma clínica, mas só no Mundo Animal a Associação deve mais de R$ 10 mil.

Todo dia os voluntários fazem rifas, buscam ajuda de pessoas mais sensibilizadas, mas é insuficiente. O abrigo da APAAR só atende cães. Mesmo assim com 40 animais, está lotada e com ordem de despejo porque o dono do prédio pediu o imóvel de volta.

A Associação ganhou um terreno, mas a Prefeitura não dá conta de liberar sequer a documentação e o tempo urge a construção de uma nova casa para abrigar não apenas cães, mas também gatos, como se faz em muitas cidades onde o poder público não empurra para a população, a responsabilidade da saúde pública e do cuidado ao meio ambiente e seus seres vivos.

Muitos animais vão morrer. E a culpa é da Prefeitura também. E do Ministério Público da Comarca que parece viver numa redoma de vidro esperando os ofícios para mostrar a realidade. Sou do tempo em que o Ministério Público se misturava com o povo. Agora vive lá encastelado num prédio novinho.

O Ministério Público é curador do Meio Ambiente. É ele quem deve defender a vida, seja ela qual for. E no caso dos animais, está enfiando a cabeça no buraco. Que vergonha.
O aumento no preço da ração piorou essa melancólica realidade.

Ontem na avenida Barão do Rio Branco, assistimos a uma grande mobilização da Polícia Militar, para tentar ajudar voluntários da APAAR- Associação Protetora de Animais de Andradina, a salvar dos “cuidados” de uma senhora, já sobejamente conhecida, cães, gatos, aves e outros bichos, presos numa casa onde ela também acumula quinquilharias e entulhos.

Infelizmente a sociedade de Andradina e todas as autoridades vem se mostrando incompetentes para resolver esse grave problema. A mulher que pratica os maus tratos é idosa mas tem saúde perfeita. Ela não admite que trata mal os animais. Ela é teimosa. E tem dinheiro. Mas passa as madrugadas correndo lixeiras para pegar entulhos. Tem uma filha, que brigou e não conversa. Ela reclama de ser sozinha, mas não sabe cuidar dos animais que lhe deveriam fazer companhia. Ela tem casa, mas não vive em nenhuma delas. Dorme dentro de seus veículos velhos.

Tem sítio, veículos velhos sucateados, casas e terrenos, a maioria abandonados e com animais mal tratados. Não é justo que os voluntários tenham que pagar pelo tratamento de animais que ela não cuida. Já tem gente achando que ela precisa ser presa, ou internada compulsoriamente.

Aí vem os vizinhos dizendo que a APAR não deveria levar comida para os animais presos. E que se isso não fosse feito, já teriam morrido e livrado todos do problema. É tanto absurdo, frieza e desumanidade que não consigo dizer tudo que penso sem ter um ataque cardíaco. Então vou parar por aqui, acreditando que quem leu tem coração.

Neste momento, a mulher está proibindo entrada de uma voluntária da APAR, para ver o estado em que se encontra os animais. Ela diz que vai chamar a polícia, porque querem entrar na casa dela. Somos todos inúteis...

 
Jornalista - Noroeste Rural - Antônio José do Carmo
 

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