Como foi sua infância?
Meus pais, Pedro Zuin e Maria da Cruz, chegaram em Mirandópolis por volta de 1938 e constituíram uma família composta por quatro filhos: eu, Marilene, Eunice e Walter. Eu nasci em 1946, na residência da minha avó materna, que se chamava Joaquina. Cresci em uma época que mudou totalmente das últimas décadas para cá. Digo que foi uma infância saudável, pescando, nadando nos córregos e jogando bola na rua São João. As minhas recordações dessa época são das brincadeiras próximo à casa da Dona Floripes, que é mãe do Bispo, e da Dona Babi, mãe do Silvio Tavares.
Onde estudou?
Estudei na Escola Dr. Edgar e na Nôemia Dias Perotti. Um tempo em que o estudo era muito rigoroso e o respeito pelos professores sempre prevaleceu.
Quais as lembranças da juventude?
Foi muito tranquila, frequentava muito o CAM (Clube Atlético Mirandópolis), o Cine São Jorge e o “fute” na Praça Manoel Alves de Athaide. Como disse, era outra época, onde não existia essa maldade que tem nos dias de hoje. Na juventude comecei a trabalhar com meu pai na Padaria Central, depois com 20 anos casei, em janeiro de 1967, com a Margarete, e tivemos três filhos: André, Ricardo e Alessandro. Digo que sou um homem feliz, porque Deus permitiu que eu conhecesse meus netos: Maira, Gabriel, Letícia, Isabela e Lucca, assim como meu bisneto Pedro.
Começou a trabalhar cedo?
Com 14 anos, ao lado do meu pai, já estava na lida! Em 1970, com 24 anos, tornei sócio da Farmácia São Paulo que era do meu saudoso tio João Zuin. Com certeza foi o maior desafio da minha vida, porque mudei radicalmente a profissão, saindo da padaria para me tornar sócio proprietário de uma farmácia. É importante ressaltar que aprendi muito com os ensinamentos do meu tio, foram fundamentais para o sucesso do empreendimento. Daí após três anos de sociedade, tornei-me o único proprietário da farmácia. A fundação foi em abril de 1948, e sempre busquei continuar com a tradição do bom atendimento.
Como passou pela pandemia?
A farmácia não parou durante a pandemia, mas tivemos muitas dificuldades na questão de realizar o atendimento aos clientes. Digo isso porque o fluxo maior de doentes acarretou a falta de medicamentos. Não foi fácil! Particularmente para mim foi muito difícil, porque tive que ficar afastado do meu estabelecimento, local que passei a vida toda trabalhando, por vários meses por eu ter uma idade avançada. Assim como sofri demais com as perdas de muitos amigos e clientes.
Qual o sentimento por Mirandópolis?
Sou grato pela vida que construí nesta cidade, por cada cliente da Farmácia São Paulo, por cada amigo que conquistei, pela minha família, pelos 52 anos dedicados ao trabalho de servir a cada um que passou pelo estabelecimento. Todos fazem parte da minha vida, da minha história, por isso deixo um muito obrigado!
FONTE: AGORA NA REGIÃO