Uma vez em operação, a Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III (UFN-III) garantiria mais oferta nacional da matéria prima de adubo aos agricultores do Brasil, quarto maior consumidor de fertilizantes nitrogenados, que tem importado cerca de 75% de sua demanda desse tipo de produto —sendo que a Rússia está entre os principais fornecedores.
O interesse aumentou após o anúncio, na semana passada, da fracassada negociação entre a Petrobras e a russa Acron para a venda do empreendimento, que ainda precisa ser concluído para começar a operar.
A operação da unidade, que teve capacidade projetada pela Petrobras em 3.600 toneladas/dia de ureia e 2.200 toneladas/dia de amônia, poderia ajudar o Brasil a reduzir sua dependência do produto importado, enquanto o país lida com dificuldades advindas da guerra entre Ucrânia e Rússia.
A construção da unidade foi paralisada em 2014, com cerca de 80% das obras finalizadas. E, recentemente, havia assinado uma minuta contratual com a Acron. A fábrica se encaixaria na estratégia da Unigel, que já opera duas fábricas de fertilizantes nitrogenados arrenda da Petrobras, na Bahia e Sergipe.
“Existe essa perspectiva (de entrar em negociação com a Petrobras). Mas vai depender do rumo que a Petrobras vai dar, dependendo do edital, e vamos olhar com carinho”, afirmou o presidente-executivo da Unigel, Roberto Noronha Santos. “O Brasil é grande importador de ureia, comprando cerca 8 milhões de toneladas, a Unigel já produz 1 milhão de toneladas/ano”.