SEM POLÍTICA ANIMAL, A PREFEITURA FICA NO JOGO DE EMPURRA * Antônio José do Carmo - Jornalista ANDRADINA- A administração do prefeito Mário Celso Lopes em Andradina, vem apresentando sinais de má gestão em vários serviços públicos. A economia de R$ 10 milhões nos cofres municipais, com outras medidas austeras como controle do cafezinho e do papel higiênico, pode ter engordado a capacidade de investimentos da Prefeitura, mas os prejuízos que isso pode estar causando na qualidade dos serviços públicos, já se apresentam muito mais desastrosos para a população contribuinte. Que aliás se ampliou geograficamente para saciar a fome de dinheiro da administração que inclusive, desconsidera os efeitos da pandemia cria novos impostos para quem estava numa zona considerada rural e que amanheceu urbana com uma canetada do Mário. Com o agravante de conceder descontos e vantagens somente para nichos de benefícios pessoais, mesmo que da forma indireta. GOVERNO SEM CAUSA ANIMAL Na última segunda feira, o vereador Hugo Zamboni, escancarou mais uma precariedade na gestão pública da chamada “causa animal”. Ele classificou de “jogo de empurra”, a dificuldade em saber quem responde pela Política da Saúde Animal na Prefeitura. Qual secretaria? É da Saúde, com a Vigilância Sanitária, ou é a do Meio Ambiente? Se a Prefeitura não tem clara de quem é essa responsabilidade, como fazer funcionar por exemplo o Castramóvel, o programa de controle e castração de cães e gatos, o atendimento emergencial em Pronto Socorro Veterinário? Se não tem resposta para isso, é má administração, má gestão. As Secretarias ainda não se entenderam de quem é o assunto, às vésperas de um ano e meio de administração. As instituições voluntárias estão cobrando da Prefeitura, programas de vacinação, também de outras doenças além da raiva e que estão matando animais que poderiam estar curados. Mas a gente vem de uma cultura em que o Centro de Zoonoses se transformou em matadouro de cães e gatos. Hoje isso é condenado pela sociedade e em todo mundo civilizado incluindo em Andradina. A cidade que se proclama desejosa de receber milhares de turistas, não terá apoio de quem deixa a cidade cheia de cães e gatos, inclusive às portas de restaurantes. Não deveriam estar a cargo de voluntários apenas, mas de servidores municipais qualificados e capazes de gerir os recursos que estão vindo para a causa animal, e que são bem maiores dos que a Prefeitura em investindo até agora. Acreditamos que essa dúvida não existe mais no Executivo de Andradina. Mas a gestão administrativa é nota zero e a omissão é quase criminosa. O controle da população desses animais vai a passos de lesma, quase voltando para trás como o caranguejo. Em Ilha Solteira o convênio daquela Prefeitura com a Faculdade de Medicina Veterinária, castra por dia, mais de 80 animais. Em Andradina a cota única foi de apenas10 cães. O programa de castração de gatos já existe também aquém das necessidades. Mas o programa de castração foi zero na gestão passada. Uma vergonha. A cidade tem o Castramóvel que está pronto, mas não serve para nada. E isso se chama, falta de gestão e de capacidade do poder público municipal em resolver questões primordiais tanto para o meio ambiente, quanto para a saúde pública. Insuficiência ou despreparo dos assessores? Pode ser. Mas, quem é o prefeito? O Ernestinho? O vereador Hugo Zamboni cumpre seu papel quando cobra um plano nesse governo que deriva num mar de sonhos e que nos leva a todos, a quase um delírio. Qual a política municipal de saúde e controle dos animais, especialmente os abandonados? Isso é assunto que deveria ter sido decidido, lá atrás, ainda durante a campanha. É profundamente lamentável, mas dá tempo. A vida segue.