Peregrinação de fé: mirandopolenses realizam caminhada de 107 km até santuário de Santo Expedito

Terça, 19 Abril 2022 15:36

A peregrinação de Santo Expedito reúne todos os anos fiéis de vários municípios que caminham até a cidade que leva o nome do santo padroeiro, como forma de agradecimento por indulgências do santo ou até mesmo para realização de pedidos.

 

Em Mirandópolis, uma turma caminhou 107 quilômetros entre sexta (8) e domingo (10), com objetivo de participar da bênção de Ramos e da missa na Capela Santo Expedito.

O mirandopolense Wilson Rosa de Lima, de 52 anos, realizou mais uma vez essa caminhada entre Mirandópolis até Santo Expedito. Esse ano o devoto contou com a companhia de Arlindo Venâncio, Marcos Coelho Araújo e José Pascoaleto. Além disso, nos carros de apoio estavam Paulinho Loche e José Antônio Alves (Franguinha).

“Iniciei este trajeto a partir de uma graça recebida por interseção de Santo Expedito em 2005, inicialmente pensei em ir de carro para assistir à missa, mas isso aconteceu em um período difícil da minha vida, onde eu estava distante das coisas de Deus, então me deu um estalo e resolvi estacionar o veículo para pagar a promessa a pé”, recorda emocionado Wilson.

Esse ano, o percurso de mais de 100 quilômetros contou com uma primeira parada, após 42km, na fazenda VEPEC, do proprietário Ricardo Venâncio, que acolhe o grupo há cerca de 10 anos. A segunda etapa foi passar por Pacaembu e Irapuru, sendo a parada de descanso na cidade de Flora Rica, um trajeto de cerca de 45km. Nesta parada o acolhimento foi feito pela Dona Nubia e sua família. O terceiro percurso é de Flora Rica até Santo Expedito, onde fecham com uma caminhada de 20 quilômetros.

“A viagem é longa, porém o preparo tem que estar mais no psicólogo do que no físico, tem que ter fé, sempre lembrando que a fé me trouxe aqui”, explica Wilson.

APRENDIZADOS

“Teve uma passagem interessante, que apesar de parecer simples, modificou de certa forma a maneira que passei ver a vida e tratar as pessoas. No segundo ano que estava fazendo a caminhada, na cidade de Pacaembu, entrei em uma quitanda trajando bermuda, camiseta, chapéu, bolsa e um cajado na mão. Pedi ao balconista, meia dúzia de banana e duas garrafas de água, foi quando ele me olhou e foi atender outro cliente, podemos dizer que me desprezando. Pedi pela segunda vez, novamente me ignorou. Na terceira vez que fiz o pedido, ele me perguntou se eu tinha como pagar. Peguei o dinheiro e mostrei, foi quando ele finalmente pegou meu pedido. Esta passagem foi importante para agente ir se depurando, melhorando como pessoa, como ser humano. Nesses anos de caminhada aprendi a me colocar no lugar do outro, a poder ajudar, a se desprender de tempo, de bens matérias, pra viver melhor com meus semelhantes, pois a vida é um sopro”, relata Wilson Lima.

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