UFN3, em Três Lagoas, estaria abandonada desde 2014, diz Simone
A senadora Simone Tebet, pré-candidata à Presidência da República pelo MDB, apresentou requerimento no Senado, pedindo que o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, e o presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, respondam com urgência questionamentos sobre o destino da fábrica de fertilizantes (UFN3), em Três Lagoas, MS. O pedido foi feito na última quinta-feira, (10).
Na ocasião, Simone observou que a guerra na Ucrânia deixou o Brasil vulnerável à importação de fertilizantes nitrogenados. “Com isso, corremos o risco de ficar sem o produto na próxima safra”, disse. “O problema é grave e urgente.” Como os jornais têm relatado nas últimas semanas, o conflito no Leste Europeu tornou explícita a dependência do agronegócio brasileiro em relação a fertilizantes.
Em discurso no Senado, a parlamentar observou que, quando prefeita de Três Lagoas (MS), sua cidade natal, cargo que exerceu entre 2005 e 2010, doou à Petrobras uma área de 50 hectares, para a construção do que seria a maior fábrica de fertilizantes hidrogenados da América Latina. “Para dar uma ideia da dimensão do projeto, a nova indústria seria capaz de reduzir em 50% a dependência do país desse produto”, disse. A Petrobras, contudo, desistiu da iniciativa em 2014, com 80% das obras concluídas. “Na época, vieram o escândalo do ‘Petrolão’ e os problemas de gestão da empresa”, disse Simone. “E há quase dez anos tenho lutado para resolver esse problema.”
Com a guerra, a situação agravou-se por dois motivos: um deles é o já mencionado risco de desabastecimento, o outro refere-se à a possível venda da indústria para uma empresa russa. Sobre a negociação, a pré-candidata pontou: “Pasmem, a ideia não é fazer fertilizantes no Brasil, mas construir um patrimônio nacional, que teve dinheiro público investido, para continuarmos dependentes de fertilizantes da Rússia”.
A parlamentar notou ainda que, além de uma questão que envolve a soberania nacional, o atual imbróglio já criou um risco iminente de comprometimento da próxima safra agrícola do país, um dos pilares do desenvolvimento nacional nos últimos anos. Para Simone, contudo, há alternativas para a solução do impasse. “A fábrica pode ser construída em cerca de oito meses pela Petrobras, talvez por R$ 2 bilhões, ou ser vendida para qualquer cooperativa ou outra empresa por R$ 5 bilhões. E, com isso, poderemos colocar o produto na nossa lavoura.”
(com informações da assessoria).