Os detalhes foram revelados em entrevista coletiva na tarde de ontem (21), pela delegada titular da DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) local, Thaísa da Silva Borges, que está à frente das investigações sobre o caso.
Segundo ela, as lesões teriam sido provocadas por um “instrumento contundente”, dando-se a entender que houve agressão na vítima. Isso, ainda conforme detalhou a titular, foi um dos motivos para o pedido de prisão temporária da mãe de 21 anos e do padrasto, de 26, concedidos pela Justiça na sexta (18).
Eles se apresentaram espontaneamente, acompanhados por um advogado, na tarde de sábado (19), em Araçatuba. “Assim que retornei das férias e assumi o caso, junto com minha equipe, dedicamos a todo o momento em buscar elementos que nos dessem provas para prosseguirmos com as próximas etapas”, disse.
A delegada explicou que, quando o casal foi ouvido pela primeira vez, ainda no dia em que a menina foi encontrada morta, a mãe relatou que a criança tinha sido encontrada no chão, provavelmente após cair de um berço que costumava ficar. Entretanto, mesmo com a queda, existiu a suspeita de que a criança tenha sofrido algum tipo de agressão.
Isso ocasionou na formalização do pedido de prisão temporária dos envolvidos, sob a alegação de que as lesões encontradas na criança não eram compatíveis com a alegação da mãe e do padrasto, que seriam em decorrência de um tratamento médico que realizava.
“Neste primeiro momento, a Justiça negou o pedido quando, na sexta, de posse do laudo e da ficha de atendimento médico, formalizamos novamente, sendo concedido pela 2ª Vara local”, destacou.
Além deste fator, ela completou que outros pontos preponderantes para a prisão temporária do casal foi que nos endereços fornecidos, eles não foram encontrados. “Quando assumi o caso, minha equipe tentou manter contato, porém, por duas vezes, não foram encontrados, o que contribuiu com os motivos”, ressaltou.
Abuso
Thaísa ainda frisou que aguarda outro laudo, desta vez do IML de São Paulo, para ver houve um possível abuso sexual contra a menina e do IC (Instituto de Criminalística) da perícia feita no imóvel onde eles moravam com a criança.
“Em decorrência da afirmação da médica que atendeu a criança no pronto-socorro, de que apresentava um alargamento da região anal, foi decidido colher materiais biológicos para uma análise mais detalhada. Não havia sangramento ou qualquer outro elemento que, de fato, indicasse o abuso”, observou.
Os trabalhos prosseguem. A delegada ouvirá, nos próximos dias, a mãe, o padrasto e familiares, além de pessoas que possam servir de testemunhas, entre elas, a médica fez o atendimento no PS e o legista do IML. O caso é investigado como homicídio qualificado, feminicídio e violência doméstica, podendo ainda ser acrescentado o crime de estupro de vulnerável, dependendo do resultado do laudo.
Crime
A menina deu entrada no pronto-socorro já sem vida. Na unidade, a médica que fez o atendimento relatou que a criança estava morta havia, pelo menos, seis horas quando foi levada, bem como apresentava marcas roxas pelo corpo. A profissional teria dito ainda que haveria sinais de violência sexual no bebê.
A mãe da bebê e o padrasto estiveram no PS. A Polícia Militar foi acionada por volta das 13h30 e compareceu à unidade. A médica ainda informou que a menina, levada pelo Resgate do Corpo de Bombeiros, apresentava rigidez cadavérica e lesões por todo o corpo, sendo algumas mais recentes e outras antigas, bem como ferimentos no ânus, o que aparentava violência sexual.
Os PMs entraram em contato com o Conselho Tutelar, sendo passado que havia diversas denúncias de maus-tratos envolvendo a vítima. A equipe falou com a mãe e o padrasto. Eles alegaram que, por volta das 22h de domingo (13), colocaram a menina para dormir, após darem mamadeira.
Em torno das 11h30 de segunda, eles foram acordar a menina, observando que estava sem vida, acionando os bombeiros. O casal foi levado para prestar esclarecimentos e, num primeiro momento, por não haver indícios suficientes para a formalização do flagrante, liberado.
FONTE: RONDA POLICIAL