Gonçalves residiu em Nova Independência até 1964, com os pais, onde conclui a escola primária. Em 1965 foi estudar no colégio Salesiano Dom Luiz Lasanha, em Araçatuba e depois na escola pública Jorge Correa. Aos 14 anos ficou órfão de pai e por questões financeiras precisou abandonar o colégio.
Retornou ao seio da família em Nova Independência e continuou estudando na escola Dr. Augusto Mariani em Andradina. Viajava de ônibus pela vicinal com muita poeira. A mãe era muito enérgica e lutava para alimentar e educar seus cinco filhos, todos menores, utilizando uma pequena pensão da Prefeitura de Andradina deixada pelo marido.
PRIMEIRO EMPREGO NA CASA ROCHA
No dia 1º agosto de 1970, aos 17 anos, Gonçalves consegui o primeiro emprego, na Casa Rocha, de secos e molhados de Francisco Gomes da Rocha. “Eu tinha carteira de trabalho e recebia meio salário mínimo. Atendia no balcão e de bicicleta fazia pequenas entregas de mantimentos”, relata o militar. Na época, ele morava com a irmã Clarisse, filha do primeiro casamento de seu pai.
“Após alguns anos voltei à Casa Rocha e recebi a confidência do senhor Rocha que fui o melhor menino que trabalhou na empresa. Registro aqui minha gratidão à família Rocha e à minha irmã pelo apoio e ensinamentos”, enfatiza Gonçalves, que na condição de corinthiano ouvia as transmissões da Rádio Bandeirantes pelo locutor Fiori Gigliotti. Tímido e de classe pobre se sentia discriminado quando o assunto era namoro.
REPROVADO, MAS NÃO DERROTADO
Em novembro de 1971 ele pediu afastamento do trabalho, com uma pequena mala rumou para São Paulo e tentou ingressar na Academia do Barro Branco, mas foi reprovado. “Até conhecimento de geometria foi cobrado dos candidatos e naquele momento de incertezas decidi que não mais retornaria à minha Cidade Natal”, recorda.
“Fui até ao centro, no Vale do Anhangabaú, me alistei e fui designado para incorporar no Exército em 1972. Na capital, servi como soldado e cabo no 2º Batalhão de Polícia do Exército. Em 1976 fui aprovado em concurso para realizar o Curso de Formação de Sargento e ao término designado para servir no 2º Regimento de Cavalaria Mecanizada em São Borja - RS. Em 1978, ainda no Sul, me casei com Irma, uma gaúcha missioneira. Prestei serviços nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, João Pessoa, Porto Alegre, Brasília e EUA- Washington – DC, e finalmente Brasília”, lista o militar.
Após 36 anos foi transferido para reserva remunerada com o posto de capitão. Sua conduta ilibada oportuno, ética, disciplina e lealdade deu sua contribuição na formação de muitos jovens, inclusive em Colégio Militar. Ocupou funções de grande responsabilidade, inclusive na área financeira da instituição e em missões diplomáticas no exterior.
CONDECORADO
Por Decreto Presidencial, em 1996, Gonçalves foi nomeado a prestar serviços por dois anos nos EUA, acompanhado da família, na Comissão do Exército Brasileiro em Washington-DC. “Durante minha vida militar recebi algumas condecorações, inclusive a medalha da Ordem do Mérito Militar, grau oficial”, destacou.
“No que tange à vida em família, minha esposa ingressou no serviço público, através de concurso, em 1989, se aposentando como auditora fiscal da Secretária de Fazenda do Distrito Federal. Temos apenas uma filha, nascida em Brasília em 1980, solteira e sem filhos. Gonçalves é veterano do Exército, há 42 anos mora em Brasília e atribui suas conquistas às origens. “Somos gratos ao Exército Brasileiro pelas oportunidades e formação”, conclui.
FONTE: JORNAL IMPACTO ONLINE