Assim como a maioria das vítimas e familiares não concordoram com a reduzida pena imposta ao réu, ela também diz não aceitar o veredicto e promete entrar com recurso de apelação. Paulo foi condenado a 11 anos e 15 dias de prisão, dos quais já cumpriu pouco mais de dois anos.
Apesar de ser a promotora titular do caso envolvendo os dois homicídios e outras 15 tentativas provocadas por Paulo em 2020 na cidade de Nova Independência, Marília não participou presencialmente da sessão de julgamento devido a pandemia (ela está gestante). Na ocasião ela foi substituída pelo promotor Carlos Leonardo Martins da Silva, de Araçatuba.
“Desde já, informo que, por respeito ao trabalho do meu colega Dr. Carlos, antes de responder ao seu e-mail, consultei-me com ele, que não se opôs a que eu própria repassasse o entendimento do Ministério Público”, explicou dra. Marília.
Segundo ela, o Ministério Público não concorda com o resultado do plenário e irá interpor recurso de apelação tão-logo seja aberta vista dos autos. “Entendemos que não ocorreu homicídio privilegiado (mas sim homicídios triplamente qualificados, de acordo com o narrado na denúncia) e que a pena não condiz com a gravidade dos crimes hediondos imputados ao réu”, destacou.
A manifestação da promotora é uma resposta as inúmeras mensagens de repúdio deixadas em redes sociais por moradores de Nova Independência ao saberem o resultado do júri.
“Como sempre, o Ministério Público está em defesa das vítimas e da sociedade, e iremos às instâncias superiores, com o fim de modificar esse resultado e fazer justiça, trazendo alento às vítimas, aos familiares das vítimas fatais e à sociedade de Nova Independência”, concluiu a Promotora.
SERMÃO DO JUIZ- Presidido pelo juiz Alexandre Rodrigues Ferreira, o julgamento de Paulo Alves da Silva, 50 anos, iniciou na manhã de quarta-feira,16, e só terminou na madrugada de quarta,17, por volta das 2h da manhã. O advogado de defesa Edilson Gomes da Silva considerou ser o mais complexo da história da comarca.
Após ler a sentença, o juiz fez diversas advertências verbais ao mecânico Paulo Alves da Silva e usou de trechos bíblicos para dar um verdadeiro sermão ao réu:
“Espero que o senhor realmente tenha aprendido a lição e digo para todos que estão aqui nesse Tribunal do Júri: ‘é o que diz o provérbio 29,11 que fala a respeito da ira. Nós sábios, pessoas sábias deve saber controlar a ira e apenas o tolo não controla a ira (...) Nós temos que saber controlar nosso momento de ira para que não venham causar prejuízo nas outras pessoas. A liberdade na Bíblia não é a liberdade de fazer o que quer. É a liberdade de fazer o que desejamos desde que não prejudicamos o próximo. É isso que Jesus quer de nós”, falou o juiz.
FONTE: URUBUPUNGA NEWS