Para moradores das áreas ribeirinhas castilhenses, a causa destes incêndios é clara: caçadores interessados em acuar suas presas aproveitam o período de estiagem para atear fogo e encurralar suas presas. Uma ação criminosa que apesar de acontecer ano após ano, nunca foi punida como deveria.
Afim de minimizar o impacto ambiental, a CESP – Companhia Energética do Estado de São Paulo, contrata uma empresa para refazer o plantio de mudas nativas que no ano seguinte acabam vítimas deste incêndio novamente, num ciclo vicioso que nem a polícia nem o Ministério Público foram capazes de interromper até o momento.
Pescadores amadores e profissionais também afirmam que tais incêndios podem ser promovidos por pescadores predadores interessados na pesca farta existente em pelo menos três belas lagoas localizadas nos cerca de 08km da Ilha. O fogo seria a forma mais rápida encontrada por eles para abrir caminho em meio à vegetação.
De concreto se tem os relatos tristes de dezenas de ex-moradores da Ilha Comprida, que afirmam que tais incêndios não ocorriam no período em que ela era habitada. A visão do fogo incontrolável é devastadora, maculando uma visão privilegiada principalmente do lado paulista.
Até hoje, nenhuma nota pública foi divulgada pela estatal paulista sobre tais incêndios e as providências adotadas por ela para impedir que os mesmos se repitam ano após ano. Da mesma forma, não se tem notícias de nenhuma ação da Justiça para punir a empresa por este crime ambiental que ceifa a vida de incontáveis espécies animais.
Enquanto a impunidade segue em frente sem que fauna e flora sejam devidamente preservadas naquele santuário ecológico, resta à população apenas o olhar triste de testemunhas de um massacre pré-anunciado que as autoridades parecem não ter nenhum interesse em coibir.
Marco Apolinário – Grupo Portal