Trata-se da Conferência Europeia de Médicos de Família (European Conference of Family Doctors), que ocorrerá de 17 a 19 de dezembro em Berlim, na Alemanha.
A pesquisa desenvolvida por alunas da Famepp e coordenada pela professora Dra. Edima de Souza Mattos, entrevistou 412 detentas para aplicação de questionário validado, a fim de colher e analisar dados relacionados entre determinantes sociais e saúde mental na unidade prisional.
“Os resultados embasarão propostas de políticas públicas de atendimento, atenção à saúde mental das mulheres privadas de liberdade e, inclusive, humanização do sistema carcerário feminino de Tupi Paulista/SP”, pontua a docente, que é coordenadora também no Núcleo de Avaliação Tecnológica em Saúde (Nats).
A iniciativa para enviar o estudo ao congresso foi de uma das alunas envolvidas, Julianne Silva Neves; do coordenador do Programa de Aproximação Progressiva à Prática (Papp) da Medicina, Dr. Alex Wander Nenartavis; e da professora Edima.
“Fico muito feliz de ver uma acadêmica, que também é bolsista pelo Prouni, representando a universidade em um evento deste calibre. É o resultado de colocarmos em prática, por meio das Metodologias Ativas de Ensino e Aprendizagem, as Políticas Públicas, nos territórios das ESFs [Estratégias de Saúde da Família]”.
Julianne enaltece a oportunidade: “É um ambiente completamente diferente daquele que vivenciei minhas experiências ao longo da minha vida, inclusive no decorrer das atividades extracurriculares. É indiscutível que o nosso contato prático com essa realidade do sistema carcerário é mínimo.
A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional [PNAISP] prevê a inclusão da população penitenciária no SUS e, desse modo, torna-se de extrema importância sua execução no interior do ambiente carcerário, já que é uma forma de garantir que o direito à cidadania se efetive na perspectiva dos direitos humanos”. Para a coordenadora do estudo, o tema tem grande relevância social e por isso ganhou notoriedade internacional.
“Voltar o olhar para a saúde de vulneráveis deve ser a postura cidadã de todo profissional que cuida de vidas. Os determinantes sociais, na esfera da saúde, são marcadores de diagnósticos que podem salvar vidas.
Os dados da referida pesquisa ratificaram a premissa de que o ambiente carcerário é fator de risco para a saúde mental”, pontua a Dra. Edima.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste