O anúncio de que o Hospital da Mulher havia recebido reformas ao custo de R$ 32 mil para acomodar em até 33 leitos pacientes vitimados pela covid-19 foi feito pela prefeitura no dia 29 de maio, por meio de nota distribuída à imprensa. Desde então, os leitos da unidade de saúde seguem sem utilização desde 2017, quando Dilador decidiu acabar com os serviços de obstetrícia no local e transferi-los para a Santa Casa.
Na última semana, a reportagem de O Liberal Regional teve acesso ao interior do Hospital da Mulher e constatou que a ala prometida para os doentes da covid-19 está às escuras. Os quartos são mantidos fechados e não há circulação de profissionais destinados ao tratamento da referida doença no local. Muito menos de araçatubenses que ficaram doentes ao contrair o novo coronavírus.
No dia 29 de maio, antes de anunciar o que deveria ser um feito importante no combate à síndrome respiratória, mas que acabou tornando-se um gasto de dinheiro público sem justificativas, a Secretaria Municipal de Saúde chegou a fazer inspeção técnica no prédio do HM e só faltou soltar fogos de artifício para comemorar a reforma do equipamento de Saúde, que por motivos não explicados pela Prefeitura, até hoje não recebeu nenhum paciente da covid-19.
Quando fez o anúncio sobre a “nova funcionalidade” do Hospital da Mulher, a administração municipal chegou a dizer que o espaço serviria de suporte para a Santa Casa, principal hospital público da região e local para onde é levada a maioria dos pacientes acometidos pelo novo coronavírus.
O município chegou a afirmar, em nota à imprensa, que o HM seria acionado a partir do momento em que a Santa Casa tivesse 85% de seus leitos hospitalares ocupados por vítimas da covid-19. Apesar de o hospital público já ter se aproximado dos 100% de leitos preenchidos em enfermarias e UTIs (Unidades de Terapia Intensiva), nenhum doente foi encaminhado para o equipamento municipal anunciado com pompa e circunstância pelo prefeito Dilador Borges.
No acesso que teve ao interior do HM na última semana, a reportagem de O Liberal Regional pode constatar que o setor do hospital que deveria funcionar como o “coração” da unidade, cuidar diretamente dos encaminhamentos de pacientes e até mesmo dos procedimentos médicos a serem dedicados a cada doente está completamente às moscas, vazio, sem computadores ou mesmo papeis que possam indicar algum tipo de utilização.
O vazio no interior do HM, às moscas como está, passa a impressão de que o anúncio da administração municipal, de que ele funcionaria como uma espécie de “hospital de campanha”, recebendo doentes em situações distintas da covid-19, se deu apenas para que Araçatuba pudesse receber recursos estaduais e federais destinados a combater a disseminação do novo coronavírus.
A verdade é que o Hospital da Mulher, fechado no início da gestão do prefeito Dilador Borges, reformado recentemente e “reaberto” para vítimas da covid seguirá inutilizado sabe-se lá por mais quanto tempo.
FONTE: LR1