O atraso na retomada das obras da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN3) em Três Lagoas que já impactava a economia do município, ganha agora contornos ainda mais desanimadores. Hoje pela manhã, por meio de comunicado oficial a Petrobras anunciou que o a discussão com o grupo russo Acron fracassou. “A situação que já era impactante com a obra paralisada agora ficou pior”, avaliou o prefeito da cidade, Angelo Guerreiro. Ele lembra que a expectativa da população do município era muito grande no decorrer das negociações.
Em nota sucinta, a Petrobras informou hoje pela manhã que a venda de 100% da sua participação acionária na Araucária Nitrogenados S.A (ANSA), no Paraná e da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III (UFN-III), foram encerradas com a Acron “sem efetivação do negócio”.
Na nota, a Petrobras informa que permanece com posicionamento estratégico de “sair integralmente dos negócios de fertilizantes”, com objetivo de manter a “otimização do portfólio e a melhoria de alocação do capital da companhia”.
O prefeito de Três Lagoas salientou que ao longo destes 18 a 24 meses, tanto o município quanto o Governo do Estado não mediu esforços para que o acordo fosse firmado. O Governo até prorrogou e deu incentivos fiscais da forma que era anteriormente para a Petrobras. É claro que esta suspensão não impacta apenas Três Lagoas mas o MS como um todo”, enfatizou ele.
O prefeito afirmou que já vinha acompanhando com temor a crise na Bolívia, que segundo ele foi decisiva para a suspensão do acordo com o grupo russo Acron. “Tendo em vista toda a crise da Bolívia nos já tínhamos um sentimento que poderia estar interferindo da forma como aconteceu, já que a principal matéria prima da UFN3 é o gás natural e o fornecimento é direto do país vizinho”, analisou.
Nova licitação
Mesmo assim o prefeito de Três Lagoas está otimista que no próximo ano a venda deve avançar. “Nossa expectativa não para por aí. É natural que a Petrobras provavelmente vai abrir no próximo ano uma nova licitação. E sabemos que certamente outros grupos têm interesse como houve junto a Acron que tinha outros interessados na licitação. É claro que vai retardar, é um retrocesso a mais, é provável que este desfecho vai ai mais alguns meses ou até passe anos para que seja consolidado. Mas deve acontecer ”, acrescenta Guerreiro.
A Petrobras tenta vender a fábrica desde 2017. A construção foi interrompida em dezembro de 2014, com 81% das obras concluídas e investimentos que beiravam os R$ 3,5 bilhões.
fonte: CAMPO GRANDE NEWS