A pesquisa, orientada pelo professor Marcelo Vasconcelos Meireles (Unesp Araçatuba), consiste na detecção de um tipo de protozoário, os Cryptosporidium, nos jabutis cativos do Zoológico. Tal protozoário é comum em vertebrados em geral e acomete o sistema gastrintestinal dos animais. No Brasil, há relatos de criptosporidiose em serpentes, porém, não havia nenhuma descrição do parasito em quelônios.
O parasita é eliminado pelas fezes, por isso, para a pesquisa, foram coletadas fezes de 89 jabutis. A detecção de DNA de Cryptosporidium spp foi realizada pela técnica de PCR na Unesp de Araçatuba.
Três amostras apresentaram resultado positivo. A baixa prevalência encontrada pode ser explicada pela possibilidade dos animais já terem desenvolvido imunidade ao protozoário e estejam eliminando oocistos em pequena quantidade, sem apresentarem sinais clínicos.
A bióloga do Zoo, Fernanda Andrade Bueno, ressalta a importância de pesquisas em Zoológicos: “Na atualidade, os zoológicos em geral vêm deixando de ser somente um local de entretenimento e lazer, mas principalmente de educação ambiental, pesquisas e conservação da biodiversidade. E a presente pesquisa com os jabutis representa um exemplo de contribuição para o conhecimento dos animais selvagens que os zoológicos podem oferecer”.
O zoológico de Araçatuba abriga 117 jabutis (Chelonoides carbonaria e C. denticulata). A maioria desses animais são provenientes de apreensão da Polícia Ambiental por posse doméstica ilegal ou abandono. É comum a posse de jabutis em casas, o que representa um problema, pois além de ser ilegal possuir animais silvestres (Lei nº9605/1998 – Crimes Ambientais), depois de algum tempo, muitas pessoas não querem mais e abandonam os animais, inclusive, na própria área do bosque de Araçatuba.
fonte: PMATA