O delegado responsável pela unidade, César Yoshio Takahashi, disse que nestes primeiros 30 dias percebeu que a maioria das denúncias que chegaram foi com relação a apropriação de bens do idoso, sendo que as denúncias são feitas por pessoas próximas ou até mesmo familiares.
No entanto ele diz que é preciso ter cautela com relação às denúncias, porque é preciso avaliar a condição de vida do idoso. Ele explica que a equipe é preparada para todo o tipo de atendimento, e quando faz visita domiciliar, observa as características e condições do local onde o idoso vive, incluindo até as condições de higiene.
Quando são constatadas situações de vulnerabilidade, mas que fogem do âmbito criminal, entra em cena a parceria com o Creas (Centro de Referência Especializada em Assistência Social), que possui uma equipe multidisciplinar que passa a acompanhar o caso. Por outro lado, o Creas, durante seus atendimentos, quando constata situações de âmbito criminal, aciona a delegacia. É um trabalho em conjunto que beneficia e proporciona a segurança e o bem estar ao seu público alvo, o idoso.
Outra característica da unidade é a de proporcionar a pacificação e soluções de conflitos, com explicações e exposições para que cada situação possa ser resolvida da melhor maneira antes de virar um inquérito policial e processo judicial, exceto quando há crimes já cometidos.
O delegado ainda explica que a equipe da Delegacia de Proteção ao Idoso tem um atendimento diferenciado, e em algumas situações, ao invés de chamar o idoso, a própria equipe vai até a residência para poder ouvi-lo. Este é um público que necessita também de uma atenção especial e mais paciente.
Takahashi diz que neste primeiro mês, as denúncias que chegaram foram basicamente relacionadas à apropriação de bens de idoso, principalmente retenção de benefícios. As vezes, uma mesma denúncia chega mais de uma vez, por mais de um parente ou conhecido. Muitas denúncias também chegam via Ministério Público. Mas, ele alerta que é preciso averiguar detalhadamente cada caso, até porque é perceptível que não é fácil manter um idoso com um salário mínimo.
A Delegacia do Idoso cuida apenas de casos em que o idoso é vítima, e não acusado. Os atendimentos são feitos de segunda a sexta-feira as 8 às 18 horas, na Rua José Pedro dos Santos, 584, Higienópolis, Araçatuba.
Fora do horário mencionado, aos finais de semana e feriados, o atendimento será realizado no Plantão Policial, no mesmo endereço, com direito a prioridade para os crimes com vítimas idosas (pessoas com idade igual ou superior a 60 anos), previstos no Estatuto do Idoso, lei nº 10.741/03, no Código Penal e na Lei de Contravenções Penais (nestes dois últimos, quando envolver violência contra idoso).
O telefone para contato com a Delegacia de Polícia de Proteção ao Idoso é: (18) 3622-3064. Denúncias relacionadas às vítimas idosas poderão também ser feitas, anonimamente ou não, pelos telefones: 181,197 e disque 100.
CREAS
A coordenadora do Creas, Patrícia Mayara de Oliveira Silva, disse que a instalação da Delegacia de Proteção ao Idoso foi muito importante para a cidade e o Creas ganhou um forte apoio, porque agora pode direcionar diretamente os casos de violência contra os idosos.
De acordo com ela, o Creas cuida diretamente dos casos envolvendo violação de direitos, e agora pode dar um direcionamento eficaz para casos criminais. “Esta Delegacia e o Creas se complementam”, finalizou.
fonte: Folha da Região
