Esquema causou prejuízo de R$ 200 milhões em dois anos da gestão tucana, diz Polícia Federal

Domingo, 16 Setembro 2018 10:36

Segundo PF, graças ao pagamento de propinas, JBS deixou de pagar R$ 200 milhões aos cofres estaduais em dois anos 

 

O suposto esquema envolvendo o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) e a JBS causou prejuízo de R$ 200 milhões aos cofres públicos em dois anos, segundo a Polícia Federal. Nesta manhã, com autorização do Superior Tribunal Federal, a Operação Vostok cumpre 41 mandados de busca e 14 de prisão, inclusive na residência do governador Reinaldo Azambuja (PSDB).

De acordo com a PF, em troca de propinas, o governador teria concedido benefícios fiscais para a JBS. Em delação premiada, os donos e executivos da companhia apontaram que pagaram R$ 70 milhões em propinas ao tucano.

Só nos dois primeiros anos da gestão de Reinaldo, conforme a PF, a empresa deixou de recolher R$ 200 milhões aos cofres públicos.

Além de repassar a propina diretamente em dinheiro, a JBS pagou por meio de notas fiscais frias, que eram emitidas por pecuaristas e empresa. Entre os investigados estão o deputado estadual José Roberto Teixeira, o Zé Teixeira, e o conselheiro Márcio Monteiro, do Tribunal de Contas.

Em nota enviada à imprensa, a Polícia Federal diz que investiga “organização criminosa”, que ficaria com 30% dos benefícios fiscais pagos pela JBS. “Nos autos do inquérito, foram juntadas cópias das notas fiscais falsas utilizadas para dissimulação desses pagamentos e os respectivos comprovantes de transferências bancárias”, diz.

“Apurou-se também que parte da propina acertada teria sido viabilizada antecipadamente na forma de doação eleitoral oficial, ainda durante a campanha para as eleições em 2014; e que alguns pagamentos também teriam ocorridos mediante entregas de valores em espécie, realizadas nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo, no ano de 2015”, aponta.

Conforme a delação premiada, a companhia repassou R$ 10,5 milhões em doações oficiais ao governador Reinaldo Azambuja na campanha de 2014. Este valor teria sido acertado como adiantamento da propina.

Na ocasião, conforme Wesley Batista, em depoimento à PF, o tucano tinha assumido o compromisso de pagar o valor repassado a campanha do adversário, o então petista Delcídio do Amaral. Os dois negam as acusações, mas os delatores entregaram provas para reforçar a denúncia.

No bojo da ação de hoje, foram cumpridos, ainda, três mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça Estadual do Mato Grosso do Sul, no interesse da Promotoria do Patrimônio, cujo objeto vincula-se aos fatos investigados pela Polícia Federal.

 

fonte: Conteúdo MS

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