Grupo DOK inicia processo de demissão de funcionários de fábrica em Birigui

Terça, 16 Mai 2023 14:29
Unidade de Birigui deve ter pelo menos 120 trabalhadores dispensados pelo Grupo DOK (Foto: Reprodução)
 

Devem ser desligados até 120 trabalhadores, muitos dos quais já cumprem aviso prévio; salários de abril em Birigui e em unidade de Sergipe ainda não foram pagos 

 

O Grupo DOK, que é de Birigui (SP) e está em processo de recuperação judicial que tramita na Justiça do Estado de Sergipe, onde também possui unidades, iniciou o processo de demissão de pelo menos 120 trabalhadores da fábrica de Birigui.

A informação foi apurada pelo Hojemais Araçatuba na noite de quarta-feira (10) e confirmada pelo Sindicato dos Sapateiros nesta quinta-feira (11), quando a entidade recebeu nota confirmando os desligamentos.

O que chegou ao conhecimento da reportagem na noite de quarta-feira foi que a direção da empresa teria demitido 95% dos funcionários que atuam na fábrica de Birigui e dispensado os trabalhadores para cumprir aviso prévio em casa.

Esses trabalhadores teriam sido comunicados que devem receber os valores referentes às rescisões trabalhistas em junho. Entretanto, até esta quinta-feira (11) a empresa ainda não havia pago os valores referentes aos salários de abril, que deveriam ter sido quitados até o quinto dia útil do mês, que foi segunda-feira.

Parado

Diante da informação, o Hojemais Araçatuba procurou o Sindcafit (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Calçados, Fiança e Tecelagem) de Sergipe, que informou que os funcionários da unidade de Frei Paulo também suspenderam as atividades na quarta-feira devido ao atraso no pagamento dos salários de abril.

No início do ano o Hojemais Araçatuba publicou matéria sobre a dispensa de 500 trabalhadores do Grupo DOK de unidades fabris no Estado de Sergipe. Foram 320 demissões pela fábrica de Frei Paulo e mais 180 da unidade no município de Salgado. 

Segundo o presidente do Sindcafit, Roneclecio Alves da Cruz, esses trabalhadores não receberam os valores referentes às rescisões trabalhistas, que de acordo com ele, foram incluídas na recuperação judicial.

Pagamento

Uma das preocupações da presidente do Sindicato dos Sapateiros de Birigui, Milene Rodrigues, é justamente como ficará o pagamento das rescisões dos funcionários demitidos da fábrica local. Ela comenta que como ainda não venceram os avisos prévios, por lei é preciso aguardar a data do pagamento para ver que providência pode ser tomada caso ele não seja feito.

A reportagem encaminhou e-mail questionando sobre as demissões para o endereço que consta no site do Grupo DOK e para o escritório DASA Advogados, que foi contratado para apresentar o plano de recuperação judicial do grupo, mas até as 18h desta quinta-feira não havia resposta.

Recuperação judicial

O Grupo DOK, dono das marcas Dijean, Ortopé e da rede Esposende, anunciou uma dívida de R$ 400 mil e obteve da Justiça de Birigui, no início de janeiro, uma liminar suspendendo as ações de execução que somavam mais de R$ 9 milhões na época.

A decisão foi derrubada pelo TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) atendendo pedido de um fundo de investimento que alega ter sido vítima de fraude por parte do grupo.

A empresa também havia entrado com uma ação antecipatória do pedido de recuperação judicial em Birigui. Porém, diante das várias denúncias de possível fraude, a Justiça determinou a realização de perícia prévia nos documentos para obter a visão sobre a real situação de funcionamento das empresas do grupo.

Sergipe

Diante disso, o escritório desistiu de tentar o plano de recuperação judicial na Justiça de Birigui e o apresentou na comarca de Frei Paulo, o qual foi aceito pela juíza Marília Jackelyne Nunes da Silva, em 10 de fevereiro. A medida suspendeu todas as execuções movidas contra as empresas do grupo por dívidas sujeitas à recuperação judicial, pelo prazo de 180 dias corridos. 

A magistrada argumentou que havia risco de suspensão das atividades, o que poderia causar relevante impacto social, considerando o número de empregados residentes naquele município e a interdependência econômica entre a atuação da empresa e a economia do município e do Estado de Sergipe.

Ela argumentou ainda que as denúncias de possível fraude ou má-fé por parte da administração do Grupo DOK deveriam ser verificadas em sede própria, para apuração dos seus eventuais responsáveis.

 

FONTE: HOJE MAIS 

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