Depois de 44 anos Três Lagoas pode ficar sem deputado estadual a partir de 2023

Terça, 27 Setembro 2022 01:44

Considerada a Capital da Celulose e principal município da região leste do Estado, com o maior Pib industrial do MS e líder em exportações, Três Lagoas que já teve políticos em importantes cargos no MS e no país, pode ficar, pela primeira vez depois de 44 anos, sem um representante na Assembleia Legislativa do Estado. Ramez Tebet foi o primeiro deputado eleito pelo município em 1978 e Eduardo Rocha, seu genro, poderá ser o último representante três-lagoense no legislativo estadual, com mandato que se encerra dia 31 de dezembro desse ano.

Após Ramez Tebet, Akira Otsubo foi eleito em 1982 e representou Três Lagoas na Assembleia Legislativa de 1983 a 2010, quando disputou uma vaga na Câmara Federal e ficou de primeiro suplente. Na mesma eleição de 2010, Eduardo Rocha foi eleito para seu primeiro mandato de deputado estadual, sendo reeleito em 2014 e 2018, mas não disputa as eleições desse ano.

Dos vários nomes disputando uma vaga nas eleições deste ano pelo município, muitos enfrentam em seus partidos lutas difíceis de serem superadas, pois grande parte dos concorrentes vem sendo eleita e reeleita acima de 20 mil votos nas últimas eleições, como é o caso de deputados do PSDB, MDB, Podemos, Republicanos, PSB, etc, com deputados com mandato disputando reeleição e com forte grupo espalhado em vários municípios do Estado.

Para eleger um deputado estadual nas eleições deste ano, o coeficiente eleitoral pode ficar acima de 60 mil votos, o que complica para alguns candidatos que podem até ser bem votados no município, mas o grupo a que pertencem pode não alcançar o mínimo necessário para eleger pelo menos um deputado.

Disputas

O União Brasil que tem em Fabrício Venturolli seu representante em Três Lagoas e com uma boa votação de prefeito em 2020, está em crise interna com alguns candidatos a deputado federal pensando em desistir pelo tratamento desigual entre alguns, com candidata que já recebeu 3 milhões de reais de fundo partidário e outros apenas 100 mil, e os candidatos a deputado estadual também com dificuldades financeiras tendo em vista o pouco repasse recebido até o momento, o que pode influenciar, e muito, no desempenho final e prejudicar o projeto de eleger dois deputados, e corre o risco  de eleger apenas um. Venturolli não disputa com nenhum deputado com mandato, mas tem o ex-prefeito de Nova Andradina por 3 mandatos, Roberto Hashioka que é marido da candidata a deputada federal e ex-deputada estadual Dione Hashioka, seu principal concorrente, numa disputa dificílima.

Um exemplo da crise do União Brasil veio à tona nesta quinta-feira (22) com a renúncia da candidatura do vice-presidente da senadora Soraya Thronicke, exatamente por falta de recursos na campanha e desentendimento com a cúpula nacional, que tem privilegiado alguns diretórios estaduais em detrimento de outros. Soraya também anunciou no final da tarde de ontem (22) que pode renunciar à candidatura por falta de recursos financeiros.

O Republicanos tem a vereadora Sayuri Baez sendo bem lembrada nas pesquisas, mas ela enfrenta dois deputados com mandato e que tiveram acima de 16 mil votos na eleição de 2018, e com grupo forte em vários municípios do Estado, que são Herculano Borges e Antonio Vaz.

A ex-secretária de Assistência Social Vera Helena, pelo PSDB, enfrenta em seu partido 4 deputados com mandato e com votação acima de 25 mil votos na eleição de 2018, dentre outros nomes fortes da legenda.

Gilmar Garcia enfrenta o deputado Paulo Duarte, com votação acima de 20 mil votos na eleição anterior, dentre outros nomes do partido.

Adriano Barreto, pelo PP, enfrenta 4 deputados com mandato e com votação acima de 20 mil votos na eleição de 2018.

Issan Fares, pelo Podemos, enfrenta o deputado Professor Rinaldo, irmão da candidata ao governo Rose Modesto e com votação acima de 20 mil votos na eleição anterior.

Wilma Lara, pelo MDB, enfrenta 2 deputados com mandato e votação acima de 20 mil votos em 2018, e ainda o ex-deputado e ex-presidente da Assembleia Legislativa, Júnior Mochi, que teve na última eleição que disputou em 2014, 35 mil votos.

Faltam apenas 9 dias para as eleições de 2 de outubro e os candidatos têm ainda um prazo final para tentar se viabilizar eleitoralmente e manter a representação do município na Assembleia Legislativa, que existe desde a primeira formação eleita no Mato Grosso do Sul, em 1978 com a eleição de Ramez Tebet como primeiro representante do município. Será que seu genro Eduardo Rocha será o último?

 

FONTE: EXPRESSÃO MS 

 

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