Reinaldo ignorou conselho e agência para impor maldades de Temer aos servidores estaduais

Quinta, 23 Novembro 2017 00:07
Por: Folha de Dourados

Reinaldo Azambuja impõe aos servidores as medidas defendidas por Temer para mudar a Previdência (Foto: Arquivo/ Rogerio Melo/PR)

Por Edivaldo Bitencourt, do blog O Jacaré

O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) ignorou o Conselho Estadual e a Agência de Previdência de Mato Grosso do Sul para impor o pacote de maldades do presidente da República, Michel Temer (PMDB), aos 75 mil servidores ativos e aposentados. A proposta, que acaba com o fundo instituído há cinco anos e eleva a alíquota dos funcionários de 11% para 14%, desmonta e inviabilizará a previdência estadual.

O alerta consta da ata do Conprev (conselho formado por representantes dos servidores e do Governo), publicada na edição desta segunda-feira do Diário Oficial do Estado.

O tucano ignorou propostas da própria equipe para impor ao funcionalismo estadual as maldades propostas por Temer, aprovado por 3% dos brasileiros e o primeiro presidente na história da República denunciada por corrupção passiva, obstrução da Justiça e de chefiar uma organização criminosa.

Na mensagem encaminhada aos deputados estaduais, Reinaldo destaca que a proposta é baseada na Medida Provisória de Temer, encaminhada ao Congresso logo após ele a Câmara barrar a investigação contra o peemedebista no Supremo Tribunal Federal.

Convocado para explicar as mudanças aos conselheiros no dia 6 deste mês, o presidente da Ageprev, Jorge Martins, admite o constrangimento. Ele não foi discutiu as propostas com a equipe do Governo.

Como consultor, teve todas as sugestões técnicas ignoradas pelo tucano. Martins confessou que entrou mudo e saiu calado da reunião do governador com os deputados estaduais, feita as portas fechadas e sem os telefones celulares para discutir o projeto, porque não tinha conhecimento da proposta.

Apesar da legislação determinar que qualquer proposta só seja encaminhada após ser submetida à Ageprev, o presidente do órgão destacou que a lei é confusa e precária ao não prever punição ou qualquer outra consequência para quem a ignorar, como foi o caso do governador.

Em nome do suposto equilíbrio das finanças estaduais, Reinaldo propõe elevar a contribuição previdenciária, paga por servidores e aposentados, de 11% para 14%. Na prática, a medida acaba com o reajuste salarial de 2,94% concedido pelo Governo no mês passado ao funcionalismo.

Além disso, ele quer acabar com o regime próprio de previdência, instituído em 2012 pelo antecessor, André Puccinelli (PMDB), que já conta com mais de 8 mil funcionários. Na prática, a reunificação dos regimes de previdência vai levar a conta da previdência para o Tesouro estadual, que já banca o déficit do sistema antigo.

Na reunião com os conselheiros, Jorge Martins alertou que o governador corre risco de naufragar junto com o presidente Michel Temer. A elevação da alíquota de 11% para 14% corre o risco de não ser aprovada pelos deputados e senadores, que receiam perder votos nas eleições de 2018 ao corroborar com as maldades de Temer.

Para o presidente do Conselho Estadual de Previdência, Francisco Carlos Assis, a proposta de Reinaldo Azambuja vai desmontar e inviabilizar o regime próprio de previdência do Estado. Ou seja, sem qualquer discussão técnico, o projeto deve agravar ainda mais a situação da previdência e obrigar os servidores públicos estaduais a pagarem uma conta ainda maior no futuro.

Os conselheiros repudiaram os projetos.

Nem o teto do funcionalismo, que poderá adotar o mesmo em vigor no INSS, de pouco mais de R$ 5 mil, deverá resolver o problema. O mais grave é que só deve facilitar a entrada de esquemas para beneficiar regimes privados de previdência.

Ou seja, a situação pode ficar pior para o servidor, que além de pagar a conta, pode se tornar um bom negócio para os oportunistas.

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