Em Buritama obra de R$ 303 milhões para na região de Araçatuba por causa de briga entre Doria e Bolsonaro

Sábado, 20 Fevereiro 2021 17:17

Obra de R$ 303 milhões para na região por causa de briga entre Doria e Bolsonaro

A atual disputa política entre o governador João Doria (PSDB) e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem provocado a paralisação de diversas obras. A região de Araçatuba é afetada negativamente com a não conclusão de uma obra orçada em R$ 303 milhões na Hidrovia Tiete-Paraná em Buritama. Durante visita a Araçatuba, na campanha eleitoral, Doria disse que a modernização e privatização da via de transporte de cargas pelo rio aconteceria no primeiro ano do seu governo, que acaba em dois anos.

Com a escavação, o canal de navegação ganharia mais 2,4 metros de profundidade no acesso a jusante da eclusa. A obra, que deve ser executada num trecho de 10 quilômetros, irá possibilitar a compatibilização do uso do reservatório tanto para a navegação como para a geração de energia, já que permitirá a operação da Usina de Três Irmãos sem trazer qualquer prejuízo à navegação e ao transporte de cargas. Se houver aprovação da verba pelo DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), até o fim de abril, é possível que se cumpra a previsão de conclusão até 2024. O imbróglio em Buritama é antigo. A obra foi iniciada em fevereiro de 2017, pelo então governador Geraldo Alckmin (PSDB). A expectativa era a de que Doria terminasse o trabalho. Agora, com o embate com o governo federal, há o risco desta e outras obras ficarem paradas.

OUTROS PROBLEMAS

e acordo com levantamento feito pelo jornal Folha de S. Paulo, o antagonismo adotado pelo governador João Doria (PSDB) em relação ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ultrapassou a retórica inflamada e a já conhecida guerra da vacina e hoje é apontado como um empecilho para ao menos oito projetos do Governo de São Paulo que dependem da administração federal.

Segundo o governo paulista, as obras pendentes de realização na capital e no interior somam quase R$ 5,9 bilhões em investimentos, de ponte e duplicação de rodovia a canal e piscinão. Nos bastidores, aliados de Doria atribuem as dificuldades e os atrasos à má vontade de Bolsonaro com o governador paulista por considerá-lo adversário na corrida pelo Planalto em 2022. De fato, o tucano não esconde sua pretensão presidencial. “O Governo de São Paulo estudou cada um desses projetos.

Espero que o calendário eleitoral e as opiniões individuais não prevaleçam sobre os benefícios que eles trarão à população, tampouco sobre os seus impactos na retomada econômica, importante não só para São Paulo, mas para o Brasil”, diz o vice-governador e secretário de governo, Rodrigo Garcia (DEM). Por outro lado, como mostrou a Folha, uma parceria entre governo federal e estadual conseguiu destravar o projeto do trem expresso de passageiros entre São Paulo e Campinas, uma promessa em discussão há 17 anos.

A vacina se tornou o maior símbolo da divergência, com Doria trabalhando pela produção do imunizante enquanto o negacionismo de Bolsonaro impedia ação efetiva do governo federal em prol da vacinação. A nova fábrica do Instituto Butantan para a produção da Coronavac, inclusive, faz parte da lista de obras atingidas pela discórdia entre São Paulo e Brasília. Segundo o Bandeirantes, o governo federal se comprometeu com o repasse de R$ 63 milhões, que não foi feito. O Ministério da Saúde não respondeu sobre o repasse até a publicação da reportagem, nesta segunda-feira (15).

OUTROS PROBLEMAS

De acordo com levantamento feito pelo jornal Folha de S. Paulo, o antagonismo adotado pelo governador João Doria (PSDB) em relação ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ultrapassou a retórica inflamada e a já conhecida guerra da vacina e hoje é apontado como um empecilho para ao menos oito projetos do Governo de São Paulo que dependem da administração federal.

Segundo o governo paulista, as obras pendentes de realização na capital e no interior somam quase R$ 5,9 bilhões em investimentos, de ponte e duplicação de rodovia a canal e piscinão. Nos bastidores, aliados de Doria atribuem as dificuldades e os atrasos à má vontade de Bolsonaro com o governador paulista por considerá-lo adversário na corrida pelo Planalto em 2022. De fato, o tucano não esconde sua pretensão presidencial. “O Governo de São Paulo estudou cada um desses projetos. Espero que o calendário eleitoral e as opiniões individuais não prevaleçam sobre os benefícios que eles trarão à população, tampouco sobre os seus impactos na retomada econômica, importante não só para São Paulo, mas para o Brasil”, diz o vice-governador e secretário de governo, Rodrigo Garcia (DEM).

Por outro lado, como mostrou a Folha, uma parceria entre governo federal e estadual conseguiu destravar o projeto do trem expresso de passageiros entre São Paulo e Campinas, uma promessa em discussão há 17 anos. A vacina se tornou o maior símbolo da divergência, com Doria trabalhando pela produção do imunizante enquanto o negacionismo de Bolsonaro impedia ação efetiva do governo federal em prol da vacinação. A nova fábrica do Instituto Butantan para a produção da Coronavac, inclusive, faz parte da lista de obras atingidas pela discórdia entre São Paulo e Brasília. Segundo o Bandeirantes, o governo federal se comprometeu com o repasse de R$ 63 milhões, que não foi feito.

O Ministério da Saúde não respondeu sobre o repasse até a publicação da reportagem, nesta segunda-feira (15). O valor total da obra, R$ 160 milhões, acabou alcançado por meio de doações de empresas privadas. A construção teve início em novembro passado e tem previsão de ser entregue em outubro deste ano. A nova terá capacidade para produzir 100 milhões de doses da Coronavac por ano.

PALCOS

Além da pandemia, o embate direto tem outros palcos, como a Ceagesp e o Complexo Esportivo do Ibirapuera. O caso da Ceagesp, presidida por um coronel da reserva da PM aliado de Bolsonaro, também é emblemático. Em outubro de 2019, Doria e o governo federal acordaram a concessão do entreposto e sua transferência para outro endereço. A Ceagesp foi incluída no plano de desestatização do governo Bolsonaro, conduzido pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Doria assinou um decreto para que o novo endereço tenha acesso a rodovias expressas e duplicadas, enquanto planejou um centro de tecnologia e inovação para o desenvolvimento de startups no endereço atual.

Em dezembro passado, Bolsonaro esteve no local e, em meio à aglomeração de simpatizantes, afirmou que “nenhum rato vai sucatear isso aqui pra privatizar para seus amigos”. O BNDES respondeu que o projeto está na primeira fase, de formulação do modelo de desestatização, que deve ser concluída no primeiro trimestre deste ano. “Os estudos serão entregues ao PPI [Programa de Parcerias de Investimento do Ministério da Economia] para tomada de decisão sobre continuidade do projeto e qual modelo seguir”, diz em nota.

O Ministério da Economia não enviou resposta até a publicação da reportagem. O Governo de São Paulo também vê interferência direta de Bolsonaro no caso do Complexo Esportivo do Ibirapuera. Doria anunciou no ano passado a concessão do ginásio, que incluirá a construção de uma arena para 20 mil pessoas. O presidente foi procurado por atletas contrários ao projeto, e o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), órgão federal, abriu processo para discutir o tombamento do local. Procurado pela Folha, o Iphan não respondeu.

DNIT diz que espera por correções no projeto

Com estudos apresentados e à espera da aprovação do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre), a obra do Canal de Avanhadava na Hidrovia Tiete-Paraná tem prazo de entrega – caso a licitação seja liberada em breve – para 2024. O DNIT informou que o projeto foi analisado, que solicitou correções e aguarda que elas sejam apresentadas pelo Departamento Hidroviário de São Paulo. A previsão de aprovação é até o final de abril. POLÍTICA Auxiliares do governador do Estado de São Paulo, João Doria, se dividem sobre os embates com o governo federal. Parte vê exagero do governador no confronto, o que acaba prejudicando a população paulista.

Tucanos avaliam que Doria deveria delegar as declarações contra Bolsonaro a algum secretário ou aliado, enquanto manteria as relações com o presidente no nível institucional. Há aliados do governador, no entanto, que endossam suas investidas contra o presidente –em geral disparadas nas entrevistas à imprensa e elaboradas por ele próprio. Para esses, é impossível deixar sem resposta as ameaças de Bolsonaro à democracia e à vida, sobretudo considerando que São Paulo não é tão dependente da verba federal como outros estados.

Doria disse, na última quarta-feira (10) que, “a partir de agora, o PSDB é um partido de oposição ao governo Bolsonaro” e afirmou que o deputado Aécio Neves (PSDB-MG) deve seguir essa linha do partido ou então mudar de legenda. Doria disse que alguns deputados do PSDB, liderados por Aécio Neves, votaram no candidato do presidente Bolsonaro, Arthur Lira (PP-AL) para ser presidente da Câmara dos Deputados.

 
FONTE: FOLHA DA REGIÃO

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