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Funcionamento da Hemodiálise em Andradina emperra na política

Terça, 11 Junho 2019 04:08

Funcionamento da Hemodiálise
em Andradina emperra na política

A classe política de Andradina tem um grande desafio para mostrar à sociedade: que de fato no caso da Santa Casa, o interesse público está acima dos interesses pessoais. Até agora a população não está convencida disso. 


Há uma disputa exagerada e até indelicada pelo direito de dizer quem é responsável por trazer a hemodiálise para Andradina. Há uma disputa de dividendos do prestígio. E é isso que emperra cada dia mais a possibilidade de um entendimento e a formação do conceito de que a Santa Casa não quer ter posição política definida.


O assessor jurídico Santa Casa Geraldo Shiomi Júnior, que é também vereador de oposição à Prefeita, disse essa semana na câmara que “A prefeitura nunca fez nada para trazer a hemodiálise para Andradina”. Ele informou que está reunindo vereadores da cidade e da região, para ir até o Governo do Estado pedir ajuda.


Até agora a Santa Casa afirma que para funcionar a hemodiálise seriam necessários R$ 400,00 por mês e que somando o que os outros municípios já se comprometeram, faltariam menos de R$ 70 mil. É a parte de Andradina. O ex-secretário municipal de Saúde ofereceu R$ 20 mil. O Governo do Estado já garantiu uma parte, mas insuficiente. A hemodiálise ainda não pode ser credenciada pelo SUS. O Ministério da Saúde quer que ela funcione um ano, antes de requerer o credenciamento.


Vou partir apenas de fatos já publicados e de posturas já assumidas, para ver se a gente descobre quais serão os próximos movimentos, bem como a vontade política de ambos os lados em busca do necessário entendimento.


O presidente da Santa Casa Fábio Óbici declara que a entidade filantrópica e sem fins lucrativos, onde ele e mais outros abnegados trabalham sem receber qualquer salário, não deve se definir politicamente em favor desse ou daquele candidato a prefeito nas próximas eleições.


Enquanto todos apontam o administrador do Hospital, Sebastião Silva, como o pré-candidato a prefeito, Óbici diz que não é isso, e que a Santa Casa não apoiará ninguém especificamente, mas ao contrário dará oportunidade a todos que quiserem, por exemplo, falar aos funcionários.


Da parte da prefeitura, já se observam ações em favor de atender algumas demandas da Santa Casa. E foi dado o passo para o entendimento político. Um deles foi a substituição do Secretário da Saúde. Isso não é pouco. Sem discutir méritos dos desentendimentos e decisões tomadas por Gimenzes antes de deixar o cargo, foi nomeado Farid Hadad dessa vez, com a aprovação dos diretores da Santa Casa.


Gimenez conseguiu que o pagamento de R$ 180 mil mensais para manter o plantão de fundo do Hospital, fosse depositado em juízo, argumentando que os médicos estavam recebendo em atraso. E assim foi feito. Na justiça a Santa Casa explicou que o dinheiro de Andradina era somado ao de outras cidades atendidas e que nem todas pagavam em dia, causando dificuldades na gestão. O juiz liberou o dinheiro.


Nos próximos dias, o Secretário Farid Hadad que já se inteirou de todos os problemas, deve se reunir com a diretoria da Santa Casa. Daqui pra frente vamos observar os movimentos da Santa Casa. E se tiver que haver alguma ação política, que ela seja sintonizada com a Prefeitura. Não tem sentido existirem duas forças políticas antagônicas dentro da Santa Casa.


E para mostrar mais um movimento da prefeitura: A Tamiko pode ir para o partido do Governador João Dória ( PSDB). O motivo, é essa atitude ser boa para Andradina, para obter mais recursos do Estado e abrir uma porta, quem sabe, para o Governo de Bolsonaro.

 

* Artigo de Antônio José do Carmo - Jornalista