Dona de loja de veículos investigada em Adamantina se apresenta e presta depoimento à Polícia Civil

Quinta, 21 Novembro 2024 18:41

Empresária se apresentou com seu advogado. Depoimento foi tomado em outra cidade da região.

A Polícia Civil de Adamantina colheu na manhã desta quinta-feira (14) o primeiro depoimento da proprietária de uma loja de veículos da cidade, alvo de inquérito que apura eventual fraude na compra e venda de automóveis. O depoimento ocorreu na Delegacia da Polícia Civil em Inúbia Paulista. Ela compareceu acompanhada de seu advogado.

Conforme apurou o SIGA MAIS, o depoimento foi realizado em outra cidade para garantir a ordem pública e a integridade física da investigada, sobretudo após os acontecimentos dos últimos dias, quando passou a ser hostilizada e ameaçada por pessoas que fizeram negócios com ela. O teor do depoimento da empresária não foi divulgado.

No dia 6 deste mês o SIGA MAIS publicou sobre a abertura de investigações pela Polícia Civil de Adamantina para apurar eventual fraude na compra e venda de veículos. O procedimento busca apurar eventual existência dolo (intenção deliberada de causar prejuízo e obter vantagem) na conduta da proprietária.

O SIGA MAIS enviou mensagem ao WhatsApp da empresária, colocando o espaço à disposição dela e dos seus advogados, que segue em aberto.

Mais de R$ 7 milhões em 49 ações ajuizadas no Fórum de Adamantina.

Em paralelo à investigação policial, o Poder Judiciário de Adamantina passou a receber uma série de representações contra a empresária, em âmbito cível, relacionados sobretudo aos contratos, compra e venda e cobranças.

De 4 de novembro – quando foi ajuizada a primeira ação – até ontem (13), são 49 processos ajuizados na Justiça. Os valores informados individualmente nos processos reclamados pelos proponentes das ações, somados, totalizam o montante de R$ R$ 7.073.369,37.

Nas ações os reclamantes pleiteiam rescisão dos contratos e tentam reaver os bens (veículos) e valores dados nos negócios firmados com a empresa. Há também o ingresso de uma ação pela Justiça em Lucélia, de reintegração de posse de três automóveis locados.  

Os dados são públicos e estão disponíveis na ferramenta de consulta processual no site do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJSP).

Entenda

As últimas semanas foram marcadas por ruídos, ainda nos bastidores, relacionados à conduta da empresa, sobretudo pela não entrega dos veículos adquiridos pelos clientes.  Os últimos dias também foram marcados por intensa movimentação de clientes na sede da empresa, localizada em um imóvel de característica residencial, no Jardim Ipiranga, situação que também chamou a atenção dos moradores vizinhos.

Segundo apurou o SIGA MAIS, em muitos casos, os compradores entregaram seu próprio veículo como entrada do pagamento e complementaram em dinheiro, até o valor do modelo e marca pretendidos na compra de um novo automóvel, com promessa de entrega futura.

As entregas dos veículos, até certo momento, ocorreram dentro dos prazos ajustados entre a empresa e os compradores, com valores finais dos veículos mais competitivos em relação à média do mercado. Essa condição já havia chamado a atenção do setor, na cidade. Porém, com o diferencial de preços, as entregas até então efetivadas com sucesso, a propaganda e o boca-a-boca positivo, o negócio atraiu novos clientes, inclusive de outros estados.

O modelo de negócio não se sustentou e as entregas deixaram de ocorrer nos prazos, até que passaram a não ocorrer mais, situação que levou os compradores ao desespero, e ao risco de perderem os bens que deram para efetivar o negócio, como os próprios carros apresentados como parte do pagamento, e os valores complementares entregues.

Há veículos entregues pelos clientes à empresa com recibos e transferências efetivados, que inclusive já teriam sido negociados e estariam em posse de terceiros, situação que amplia a complexidade do caso. Os novos compradores desses veículos podem, em tese, terem adquirido de forma idônea, de boa fé, pagando legalmente pelo bem, e desconhecendo toda a carga de problemas que a situação carrega.  

Em muitos dos relatos nos autos processuais públicos, no site do TJSP, os compradores relataram diversas tentativas de obter o bem adquirido, sem sucesso, decidindo então buscar a via judicial para tentar reaver o investimento realizado.

 

FONTE: SIGA MAIS 

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