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Tamiko promete continuar luta por Hospital Regional em Andradina

Domingo, 08 Setembro 2019 13:37

Embora achando que o sonho inicial tenha ficado mais difícil por conta de a região continuar sem muita representatividade política, a prefeita de Andradina, Tamiko Inoue (PCdoB), afirmou que vai continuar batalhando pela vinda de um hospital regional para o município, conforme está no seu plano de governo apresentado durante a campanha eleitoral de 2016.

“Vai ser mais difícil, porém, vamos continuar batalhando porque é muito necessário melhorar o atendimento na saúde, apesar de nós estarmos fazendo um bom trabalho”, afirmou Tamiko, que é a quinta entrevistada da série com prefeitos em que a Folha da Região cobra promessas de campanha e também busca fazer um balanço da primeira metade dos atuais governos municipais.

Confira a entrevista que Tamiko concedeu à Folha:

No plano de governo da senhora existe a previsão de instalação de um novo distrito industrial em Andradina. Como está essa proposta hoje?

Nós já fizemos alguma coisa nessa nova área. Fizemos a limpeza e instalação da rede elétrica. Agora, nós precisamos começar a parte de pavimentação do parque, que fica na confluência da avenida Rio Grande do Sul e a rodovia da Integração, que passa ao lado. Nós temos também um projeto de abrir uma rua paralela à rodovia. Acredito que a nova área industrial terá capacidade para cerca de 20 empresas. O primeiro parque nós conseguimos terminar. Fizemos toda a parte de instalação elétrica, rede de água e esgoto, pavimentação. Ele está praticamente preenchido. Se não me engano, apenas uma ou duas áreas terão que ser devolvidas, pois passaram do prazo de iniciar as atividades. Eu gostaria de terminar a nova área industrial até o fim do meu mandato em 2020. Tem várias coisas que foram iniciadas que nós queremos concluir até o fim do nosso governo. Muita coisa que foi iniciada pelo ex-prefeito Jamil Ono (PRB), mas que não houve tempo para ser terminada em sua gestão, está sendo concluída, como é o caso de obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) 2 do governo federal. Se Deus quiser, até o final deste ano a gente termina a construção de novas galerias, redes de esgoto e pavimentação de ruas que fazem parte desse programa.

Estava também no plano de governo a implantação de um plano de carreira para os funcionários municipais. Como está essa situação?

A Secretaria da Educação já tem um plano de carreira que foi aprovado e homologado. Estamos praticamente para finalizar o plano de carreira do pessoal da Saúde. Talvez a gente consiga terminá-lo até o final deste ano. Serão as duas categorias que terão plano de carreira.

A senhora também pretendia instalar uma Fatec (Faculdade de Tecnologia do Estado de São Paulo) em Andradina.

Acho que esse sonho já foi por água abaixo, porque parece que não é prioridade do governo do Estado expandir o número de Fatecs. Mas, em compensação, nós trouxemos a Univesp (Universidade Virtual do Estado de São Paulo), que já está em funcionamento aqui em Andradina. Nós temos os cursos de engenharia da produção, engenharia da computação, licenciatura em pedagogia e matemática. São aulas virtuais e presenciais. As aulas virtuais são com professores da USP (Universidade de São Paulo), Unicamp, Fatec. E nós temos monitores aqui no polo para as aulas presenciais.

Como está a ideia de trazer um hospital regional para Andradina?

Esse era o nosso sonho, mas que ficou longe, porque não conseguimos eleger um deputado estadual pelo nosso município. Nós não temos força política na nossa cidade e região. Vai ser mais difícil, porém, vamos continuar batalhando porque é muito necessário melhorar o atendimento na saúde, apesar de nós estarmos fazendo um bom trabalho. Foram muitos investimentos. No ano passado, nós gastamos quase 32% em saúde. Um dos motivos é a “judicialização da saúde”. O município faz a atenção básica e muitas vezes temos que fazer até cirurgias de grande porte que não podem ser feitas aqui. Também arcamos com medicamentos de alto custo.

Também estava nos planos da senhora a entrega e efetivação de uma UBS (Unidade Básica de Saúde) no Jardim Europa. Deu certo?

A UBS está praticamente concluída. Nós retomamos as obras neste ano, pois houve uma paralisação por conta da falência da empresa que havia sido contratada. Retomamos também a cozinha piloto, que ficou parada por um tempo pelo mesmo problema. O prédio da UBS está praticamente terminado. Faltam alguns acabamentos e depois precisamos pensar no pessoal que vai trabalhar lá. Talvez entregaremos no segundo semestre. Segundo o secretário da Saúde, existe pessoal que pode ser remanejado para o atendimento nessa unidade. Mas pretendemos realizar alguns concursos dentro do município para várias categorias que estamos precisando, principalmente, auxiliares de serviços diversos. Já a cozinha piloto acho que a entrega vai demorar um pouco porque precisamos ainda abrir licitação para aquisição dos equipamentos. Nem tudo o que tem na cozinha atual vai dar para suprir na nova.

Uma necessidade que existe em Andradina e também está no plano de governo da senhora é a retirada dos trilhos da linha férrea do centro da cidade. Como está esse processo?

Nós estivemos na quinta-feira (21) na sede da empresa Urbaniza, que fez o estudo de viabilidade técnica e econômica para a retirada da estrada de ferro. Eles foram contratados também para fazer o projeto executivo do novo contorno da linha férrea. Durante as mudanças de governo, de Dilma Rousseff (PT) para Michel Temer (MDB), a empresa ficou em uma situação financeira bastante difícil. Tiveram que demitir engenheiros e a coisa parou um pouco. Mas agora, no começo de abril, eles estarão aqui em Andradina para discutir a retomada desse projeto, porque nós temos um contrato que deve vencer no final deste ano. O DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) precisa aprovar esse projeto executivo depois de elaborado.

A retirada dos trilhos, então, deve se estender para além do mandato da senhora.

Vai depender muito também da concessionária Rumo, pois o investimento da retirada é ela que vai fazer no momento de renovar a concessão. Nós estamos fazendo a nossa parte, que é o estudo de viabilidade econômica e ambiental e elaboração do projeto executivo.

O plano de governo da senhora trazia a criação de um novo aterro sanitário. Como está essa situação?

Nós estamos agendando uma reunião na Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo e uma reunião com o ministro do Meio Ambiente, pois esse aterro vai ser regional, por meio do Ciensp (Consórcio Intermunicipal do Extremo Noroeste de São Paulo). São 17 municípios e todos eles têm algum problema ambiental com aterro sanitário. Há duas semanas estivemos no Ministério do Meio Ambiente e eles disseram que não estão pensando mais em enterrar lixo. Vai ser feito um aterro regional buscando algumas tecnologias para que se reduza a quantidade do lixo a ser enterrado. Todas as cidades terão que ter coleta seletiva e depois a redução dos resíduos por meio da produção de energia e gás. É uma questão que terá que ser discutida com a parte técnica dos municípios e o ministério. Em breve, precisaremos ir para Brasília trabalhar essa questão.

E a intenção de construir de um teatro municipal como está?

Na sexta-feira (22), iniciamos a conversa com um empresário, que era de Andradina, mas hoje mora na Itália. Ele é proprietário de uma sala de cinema no centro da cidade, que é um espaço ideal para a gente fazer um auditório para eventos e apresentações artísticas e culturais. Sentimos, pela fala dele, que ele concorda que esse espaço seja locado ou vendido para o município. Parece-me que ele pretende fazer uma revitalização desse espaço.

Quais medidas estão sendo tomadas para a construção de um novo terminal rodoviário para a cidade?

O terreno destinado a ele estava com problemas de herdeiros, mas parece que já foi resolvido. Então, é possível a gente tomar alguma iniciativa no sentido de iniciar a construção. Porém, nós pensamos na possibilidade de fazer uma concessão para alguma empresa privada.

Nesses dois anos, o que a senhora destacaria de realizações?

Um convênio com o Detran (Departamento Estadual de Trânsito) de R$ 445 mil que estamos praticamente encerrando com a construção de lombadas, lombofaixas, equipamentos para sinalização de solo, rolo compactador para tapa-buracos e a instalação de quatro novos semáforos.

Estamos conseguindo, graças a Deus, manter a saúde financeira da administração municipal em equilíbrio, apesar da dificuldade que todos os municípios estão passando em razão do cenário nacional de mudanças políticas e econômicas. Estamos conseguindo pagar nossos fornecedores e funcionários sempre em dia. Construímos duas creches para atender 200 crianças: uma na Vila Mineira e outra no bairro Quinta das Castanheiras.

Estamos iniciando o recapeamento de várias ruas da cidade com recursos de emendas do Estado de São Paulo no valor de R$ 2 milhões. Conseguimos também pelo governo estadual a pavimentação de mais de seis quilômetros de Andradina ao bairro Vila Paranápolis, no valor de R$ 3,2 milhões. Uma conquista histórica, pois faz muitos anos que os proprietários das margens dessa estrada vicinal estão pedindo.

Até o final do ano, se Deus quiser, a gente termina. Colocamos em funcionamento a UPA (Unidade de Pronto Antendimento) 24 horas, que está atendendo desde outubro do ano passado. Estamos fazendo a reforma do ginásio de esportes e queremos terminá-la até o mês de julho, quando receberemos os jogos regionais.

Também estamos fazendo a aquisição de aparelhos de ar-condicionado para duas escolas. Até o final do nosso governo vamos climatizar todas as nossas unidades. Outra coisa importante que conseguimos realizar foi a regularização fundiária da Vila Planalto. Agora estamos fazendo em Paranápolis e também em mais três bairros: as vilas Mineira, Botega e Gavioli, em parceria com o Itesp (Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo).

Estamos implementando o Município Verde e Azul e ações para Andradina conquistar o título de MIT (Município de Interesse Turístico), pois nós temos um empresário que vai instalar um termas na confluência da rodovia Marechal Rondon e Integração.

Trabalhamos para a realização de cursos de qualificação para melhorar a competência das pessoas e conseguir um espaço no mercado de trabalho através da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Emprego e Renda. Na saúde, implantamos o Melhor em Casa, que veio substituir o home care, e as famílias estão gostando muito desse trabalho.

 

fonte: Folha da Região