Diante dos escândalos que sacodem a República e o Estado, que envolvem desvios bilionários dos cofres públicos, o valor do dano é irrisório, mas eventual condenação pode causar constrangimentos ao emedebista, que pretende disputar o cargo de governador pela terceira vez.
A audiência foi marcada pelo juiz Marcel Henry Batista de Arruda, da 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos. A ação foi protocolada há aproximadamente três anos, em 17 de agosto de 2015.
Em março do ano passado, a Justiça aceitou a denúncia contra Puccinelli, Nilene e a subsecretaria de Comunicação, Guiomar Emília Archondo de Aliaga. Além deles, que devem prestar depoimento neste dia junto com as testemunhas de defesa e de acusação, serão ouvidos por meio de carta precatória os prefeitos Maurílio Ferreira Azambuja, de Maracaju, e Arlei Silva Barbosa, de Nova Alvorada do Sul, ambos do MDB.
O escândalo mostra a esperteza política. No final de 2012, o Governo federal doou 300 ônibus para o transporte escolar por meio do programa Caminho da Escola, um dos carro-chefe do mandato da presidente Dilma Rousseff (PT).
Puccinelli mandou colocar adesivos nos veículos de que a doação era do Governo do Estado. Após a divulgação da manobra, ele foi obrigado a retirar os adesivos e Dilma fez questão de vir ao Estado para fazer a entrega pessoalmente dos veículos. O caso teve repercussão nacional e prevaleceu a história de que a petista deu puxão de orelhas no emedebista, então aliado.
Na defesa encaminhada à Justiça, o ex-governador argumentou que não acompanhou de perto a questão dos ônibus porque era “tarefa muito pequena para o governador do Estado”. Ele responsabilizou Guiomar pela troca dos adesivos.

Adesivo do Estado foi tirado após jornais divulgarem a colocação dos adesivos para dar a paternidade do projeto a Puccinelli (Foto: Arquivo)
Maria Nilene e Guiomar argumentaram que houve participação do Governo do Estado no programa. Os ônibus foram entregues, conforme a linha da defesa, como contrapartida pelos gastos feitos pela administração estadual na manutenção da ponte sobre o Rio Paraguai.
Não é apenas os gastos com educação que podem desgastar Puccinelli em plena campanha eleitoral. Ele ainda é alvo de duas ações na Justiça Federal por não investir o mínimo previsto em lei na área de saúde.
fonte: Ojacaré