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Farra de atestados na UPA: MP investiga fraudes e prefeito de Três Lagoas promete medidas

Quarta, 12 Março 2025 04:14
UPA funcionamento da Unidade de Pronto Atendimento é alvo de investigações. Foto: Arquivo/RCN67
 

Investigação

Farra de atestados na UPA: MP investiga fraudes e prefeito promete medidas

Ministério Público aponta abuso de afastamentos médicos, impacto no atendimento e cobra providências da prefeitura

 

O Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul (MP/MS) identificou um alto número de atestados médicos apresentados por profissionais da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Três Lagoas, levantando suspeitas sobre a veracidade dos afastamentos. A descoberta faz parte de um Inquérito Civil que investiga falhas no atendimento da unidade desde 2020, na gestão do ex-prefeito Ângelo Guerreiro (PSDB).

De acordo com o documento publicado no Diário Oficial do MP/MS, há indícios de abuso na apresentação de atestados, com casos em que médicos faltam recorrentemente nos mesmos dias da semana. A promotoria suspeita que os profissionais estariam trabalhando em outros locais enquanto continuam recebendo pelos plantões da UPA, sem sofrer descontos salariais.

A investigação, que já acumula 1,4 mil páginas, reforça que a ausência frequente de médicos sobrecarrega os demais profissionais e prejudica o atendimento da população. Durante a análise das folhas de frequência e dos atestados apresentados pelos médicos no período de 16 de março a 15 de abril do ano passado, foram encontrados indícios de abuso, segundo o Ministério Público.

Entre as irregularidades apontadas, há médicos que apresentam atestados sempre no mesmo dia da semana, sugerindo que possivelmente trabalham em outro local nesses dias. Também foram identificados casos em que profissionais apresentam vários atestados seguidos, com diagnósticos diferentes e sem correlação, evitando assim a necessidade de passar por uma junta médica para validação.

Outro ponto levantado pelo MP é a emissão de atestados por profissionais sem relação com a área médica em questão, como um documento assinado por uma dentista pediátrica, o que levanta suspeitas sobre a autenticidade do afastamento.